ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 25-5-2011.
Aos vinte e cinco dias do mês de maio do ano de dois
mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr.
Thiago Duarte, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a
existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Beto Moesch, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz
Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher,
Pedro Ruas, Professor Garcia e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo
vereador Aldacir José Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 057/11 (Processo
nº 1835/11); pelo
vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 058/11 (Processo
nº 1842/11); e pelo vereador Waldir Canal, o Projeto de Lei do Legislativo nº
066/11 (Processo nº 1934/11). Após, foi apregoado o Ofício nº 046/11, do senhor
Prefeito, indicando os vereadores João Antonio Dib, DJ Cassiá e Mario Fraga,
respectivamente, para Líder, 1º e 2º Vice-Líderes do Governo neste Legislativo.
Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 3639, 4385, 4447, 4467,
4665, 4895, 5107 e 5181/11, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Vigésima Primeira, Vigésima Segunda,
Vigésima Terceira, Vigésima Quarta, Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima
Sétima, Vigésima Oitava, Vigésima Nona, Trigésima, Trigésima Primeira,
Trigésima Segunda, Trigésima Terceira, Trigésima Quarta, Trigésima Quinta, Trigésima
Sexta e Trigésima Sétima Sessões Ordinárias, da Quinta Sessão Extraordinária e
da Primeira e Segunda Sessões Solenes. A seguir, a senhora Presidenta registrou
o comparecimento, nos termos do artigo 139 do Regimento, dos senhores Carlos
Henrique Casartelli e Jorge Osório, respectivamente Secretário Municipal da
Saúde e Coordenador Municipal de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde,
convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Suas
Senhorias, que apresentaram projeto do Governo Municipal para implantação de
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de média complexidade em Porto Alegre.
Durante o pronunciamento dos senhores Carlos Henrique Casartelli e Jorge Osório,
foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Suas Senhorias.
Em prosseguimento, a senhora Presidenta concedeu a palavra aos vereadores
Reginaldo Pujol, Aldacir José Oliboni, Dr. Raul Torelly, Luiz Braz, Toni Proença,
DJ Cassiá, Carlos Todeschini e Dr. Thiago Duarte, que se manifestaram e
formularam questionamentos acerca do assunto abordado na presente Sessão pelos senhores Carlos
Henrique Casartelli e Jorge Osório. Após, a senhora Presidenta concedeu a
palavra ao senhor Carlos Henrique Casartelli, para considerações finais e
resposta aos questionamentos formulados pelos senhores vereadores. Às
quinze horas quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a
existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Mauro Pinheiro, Luiz Braz, Pedro Ruas, Airto Ferronato, João Antonio Dib, este
pelo Governo, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol e Carlos
Todeschini, este pela oposição. Também, foi apregoado Requerimento de autoria
do vereador Mauro Pinheiro, solicitando a constituição de Comissão Externa com
o objetivo de acompanhar os desdobramentos quanto à aplicação da política de
implementação do Programa Territórios da Paz na Vila Bom Jesus. Ainda, a senhora
Presidenta registrou o transcurso, hoje, do aniversário do vereador Carlos
Todeschini. Em
seguida, o vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando
alteração na data e horário agendados para visita a ser efetuada por vereadores
desta Casa à região do Delta do Jacuí, tendo a senhora Presidenta informado que
essa visita integra as atividades atinentes ao transcurso da Semana do Meio
Ambiente de Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 013/11 (Processo nº
1542/11), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Aldacir José
Oliboni, Professor Garcia e Elói Guimarães. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 030/11 (Processo nº 1959/11). Em Votação Nominal, 1º Turno, foi
aprovado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/10 (Processo nº 1387/10),
por vinte e sete votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelo
vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr.
Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano
Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mauro Zacher, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo,
Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado pela Abstenção o vereador Idenir
Cecchim. Em Votação, foi votado o Requerimento nº 016/11 (Processo nº 1259/11),
o qual recebeu dez votos SIM, dois votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado
à votação pelos vereadores Pedro Ruas, Beto Moesch, Idenir Cecchim, Elói
Guimarães, Adeli Sell, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, este
pela oposição, e Beto Moesch, este pelo Governo, em votação nominal solicitada
pelo vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os vereadores Beto Moesch, Carlos
Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir
Cecchim, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Toni Proença, votado Não os
vereadores Elói Guimarães e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção os vereadores
DJ Cassiá, Haroldo de Souza e João Antonio Dib, votação esta declarada nula
pela senhora Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às
dezessete horas e cinquenta minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, a senhora Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Na
ocasião, o vereador Engenheiro Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando
alterações formais no referente ao Requerimento nº 016/11, tendo-se manifestado
a respeito a vereadora Fernanda Melchionna. Também, o vereador Engenheiro
Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos
constantes no pronunciamento do vereador Beto Moesch, durante o encaminhamento
à votação do Requerimento nº 016/11, o que foi deferido pela senhora
Presidenta, após a anuência do orador. A seguir, a senhora Presidenta informou
que os trabalhos da presente Sessão seriam suspensos para realização de
atividades atinentes ao Dia do Desafio 2011, sob a coordenação do professor
Carlos Barros e da professora Dilze Bastione. Às dezessete horas cinquenta e
três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezoito horas e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores João
Antonio Dib e Dr. Thiago Duarte. Após, foi apregoado Requerimento de
autoria da Mesa Diretora, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do
Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o vereador Nilo Santos, nos
dias de hoje e amanhã. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão,
o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/11, discutido pelos vereadores
Reginaldo Pujol e Engenheiro Comassetto, os Projetos de Lei do Legislativo nos
052 e 055/11, este discutido pelo vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei
do Executivo nº 006/11 e o Projeto de Resolução nº 017/11; em 2ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 015/11, discutido pelo vereador Professor
Garcia. A seguir, a senhora Presidenta informou o falecimento, hoje, do senhor Antônio
Nogueira da Rosa,
pai do vereador Alceu Brasinha. Durante a Sessão, os vereadores Tarciso Flecha
Negra, Mauro Pinheiro, João Antonio Dib, Dr. Thiago Duarte e Reginaldo Pujol
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste
Plenário, do vereador Marcos Daneluz e do senhor Airton Ciro de
Carvalho, respectivamente Presidente
e Diretor-Geral da Câmara Municipal de Caxias do Sul – RS. Às dezoito horas e trinta e
três minutos, nada mais havendo a tratar, a senhora Presidenta declarou
encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela
vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados
pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída
e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nesta tarde
nobre de quarta-feira, temos o comparecimento do Sr. Carlos Henrique
Casartelli, Secretário Municipal de Saúde, e do Sr. Jorge Osório, Coordenador
Municipal de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde, que abordarão um tema
superimportante nesta Cidade, que são as Unidades de Pronto Atendimento, as
UPAs. Convido-os a fazer parte da Mesa.
O Sr. Carlos Henrique
Casartelli está com a palavra.
O SR. CARLOS HENRIQUE CASARTELLI: Cumprimento a
Presidente da Câmara, Verª Sofia; todos os demais Vereadores e os demais
presentes. Na verdade, hoje queremos apresentar o Projeto das novas Unidades de
Pronto Atendimento de Porto Alegre, que foi construído a partir de abril do ano
passado, quando assumimos a Secretaria Municipal de Saúde. Já existia a
previsão de quatro novas Unidades de Pronto Atendimento para Porto Alegre, mas
apenas duas tinham local definido, sem que se tivesse pensado na Cidade como um
todo. Uma das Unidades estava prevista para a Zona Norte; a outra estava,
inclusive, prevista para um terreno de apenas 700 metros quadrados, quando nós
sabemos que uma UPA ocupa pelo menos 1.500 metros quadrados de área construída.
Portanto, existia uma falta de planejamento para saber onde as UPAs ficariam e
como seriam essas unidades, e precisava-se da visão de Porto Alegre como um
todo.
Então, nós levamos
alguns meses construindo um Projeto que, com os quatro Prontos Atendimentos que
nós temos - Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, Pronto Atendimento Bom Jesus,
Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro e Pronto Atendimento Restinga -, somado às
quatro novas Unidades de Pronto Atendimento e considerando que as Unidades de
Pronto Atendimento de Porto Alegre são tipo 3 e que, portanto, abrangem uma
população de até 300 mil habitantes, nós fizemos um estudo, uma avaliação, de
forma que nenhuma região da Cidade ficasse sem cobertura por Pronto
Atendimento, sem uma cobertura de Urgência e Emergência na área de pronto
atendimento.
Este Projeto foi
apresentado em diversos setores, foi discutido com as comunidades,
principalmente com Conselhos Distritais de Saúde, foi apresentado por duas
vezes no próprio Conselho Municipal de Saúde e foi aprovado no Conselho
Municipal de Saúde.
Então, eu acho que o
mais importante é passarmos para apresentação deste Projeto, que vai,
realmente, modificar o atendimento na área de Urgência e Emergência em Porto
Alegre e é uma das medidas que, somada a outras, como a reabertura do Hospital
Independência, a reabertura do Hospital Luterano, a criação de novos leitos no
Hospital Vila Nova, a criação de novos leitos, que estamos discutindo com a
própria Santa Casa, com um novo hospital na Restinga e com outras instituições
em que estamos discutindo o aumento do número de leito, nós acreditamos que
conseguiremos, até o final de 2012, resolver a situação das superlotações das
emergências nos hospitais de Porto Alegre. Então, o Jorge Osório, que é o nosso
Coordenador do Setor de Urgências, um dos grandes responsáveis por este Projeto
- claro que ele não fez sozinho; ele fez com a equipe dele -, vai apresentar
este Projeto, o qual eu considero fundamental para a cidade de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. JORGE OSÓRIO: Boa-tarde a todos! É
um prazer mostrar este Projeto, que é um grande orgulho, e eu acho que de
grande importância não só para as urgências, mas para a Saúde como um todo em
Porto Alegre.
(Procede-se à
apresentação de PowerPoint.)
O SR. JORGE OSÓRIO: Para contextualizar,
nós vamos ver as atribuições das UPAs, conforme a Portaria nº 1.020, que é uma
Portaria ministerial que regula as Unidades de Pronto Atendimento. Essas UPAs
devem prestar atendimento resolutivo aos casos agudos ou crônicos agudizados,
ou seja, para aquele paciente que ficou agudamente doente ou aquele paciente
com uma doença básica crônica que acaba agudizando, como uma crise
hipertensiva, por exemplo, um paciente cronicamente hipertenso, mas
apresentando uma crise hipertensiva.
A UPA deve possuir
apoio de diagnóstico de laboratório, radiologia e eletrocardiograma nas 24
horas do dia; tem que possuir estrutura para manter pacientes em observação por
até 24 horas; deve servir de retaguarda para a Rede de Atenção Primária,
principalmente nos horários do dia em que essa Atenção Primária esteja fechada,
após as 17h, ou em finais de semana; deve possuir retaguarda do SAMU 192, bem
como servir de entreposto de estabilização para o SAMU. O SAMU é um instrumento
para retirar um paciente de dentro de um pronto atendimento para colocá-lo em
uma unidade com uma complexidade superior - por exemplo, tirar de um pronto
atendimento e colocar no hospital -, e o pronto atendimento serve para
estabilizar algum paciente instável dentro de uma ambulância do SAMU. Deve
possuir referências hospitalares para apoio tanto terapêutico, como diagnóstico
e, de preferência, esses serviços regulados tanto para diagnóstico quanto para
terapêutica. Esses são os portes das Portarias, conforme a Portaria Ministerial
nº 1.020.
Em Porto Alegre, nós
pretendemos ter uma rede de oito UPAs - quatro novas UPAs somadas às quatro
existentes -, sendo as quatro novas UPAs de porte III, que seria a referência
de uma população entre 200 e 300 mil habitantes; teriam um atendimento de 24
horas entre 300 e 450 atendimentos, divididos entre seis médicos clínicos e
pediatras, pelo menos. Não precisa necessariamente ser metade clínico e metade
pediatra, podendo alterar essa proporção, por exemplo, a quatro clínicos, já
que a demanda na clínica médica é maior; havendo entre 13 e 20 leitos e uma
área construída de 1.300 a 1.500 metros quadrados.
Essa seria uma rede
integrada e regionalizada de atenção às urgências, com a UPA servindo de
retaguarda para a Unidade de Saúde da Família, o hospital servindo de
retaguarda para a UPA, bem como a UPA servindo de meio para desafogar as
emergências dos hospitais, e a Unidade de Saúde da Família para absorver os
atendimentos menos complexos.
Qual é o objetivo
dessa Rede? Nós temos que migrar da situação em que levamos o paciente para os
hospitais mais próximos, deixando-os lotados, para uma situação de encaminhar
corretamente o paciente ao ponto de Atenção mais adequado para prestar o
atendimento que aquele paciente precisa, no menor tempo possível que a situação
dele exige e, de preferência, com uma linguagem única. O que quero dizer com a
linguagem única aqui? Essas unidades devem ter classificação de risco. Nós
devemos atender os pacientes mais graves, dar preferência aos pacientes mais graves
e não àquele que chega primeiro, porque, senão, a gente acaba passando quadros
menos urgentes em detrimento daqueles mais graves.
Como se organiza esse
sistema? Através de um controle adequado da oferta e da demanda dos serviços;
com uma oferta de serviços adequados, tanto hospitalar, quanto ambulatorial; um
sistema de informações e prontuário eletrônico, que já está sendo implantado na
Secretaria Municipal da Saúde, através do sistema de informações, e um sistema
de transporte de urgência, de SAMU tanto para a alta complexidade quanto para a
baixa complexidade.
Como esse Projeto foi
pensado? Nós temos uma população, em Porto Alegre, de aproximadamente 1,5
milhão de habitantes, mais uma população flutuante de 450 mil habitantes. Por
isso, nesse cálculo, de acordo com o porte da UPA III, que absorve 200 a 300
mil pessoas como referência, teríamos, em Porto Alegre, a necessidade de 6,5 a
9,5 UPAs de porte III.
Qual o projeto? Nós
termos oito UPAs em Porto Alegre, distribuídas estrategicamente no território
da Cidade, sendo cada UPA com uma área de cobertura envolvendo vários bairros e
regiões da Cidade.
Quais são as UPAs
existentes? O Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul - PACS -, é uma UPA de porte
III; a Bom Jesus, uma UPA de porte II; a Lomba do Pinheiro, uma UPA de porte
II, e a Restinga, uma UPA de porte II. Propomos a UPA Zona Norte, de porte III;
a UPA Navegantes, de porte III; a UPA Partenon/Azenha, também de porte III, e,
por último, a UPA Zona Sul, no Extremo-Sul da Cidade.
Essa é a proposta de
instalação das UPAs. Como nós pensamos nas UPAs? Nós temos, em azul (Aponta
para a tela.), as UPAs já existentes; em amarelo, a proposta de implantação das
novas UPAs; em branco, temos as futuras estações intermodais de Porto Alegre.
Então, avaliando regiões de Porto Alegre com população em torno de 300 mil
habitantes nessa Região e, através da análise do sistema viário das vias de
Porto Alegre tanto de transporte e circulação quanto as grandes vias, que são
os corredores da Av. Protásio Alves, da Av. Azenha e da 3ª Perimetral, nós
verificamos locais estratégicos onde essa população de 300 mil habitantes, que
tem como referência uma determinada UPA, pegue somente um transporte coletivo
para chegar a sua UPA. Então, com essa avaliação, nós pegamos toda a população
de 1,5 milhões de habitantes, regionalizamos essa população e avaliamos o
sistema de transporte para que cada paciente pudesse, através de um transporte
coletivo apenas, chegar à sua Unidade de Pronto Atendimento de referência,
inclusive já prevendo, no PA da Cruzeiro do Sul, a futura Avenida Tronco.
Então, a regionalização da Cidade ficou da seguinte forma: a UPA Zona Norte, em
verde, bem no extremo-norte da Cidade; a UPA Navegantes, na Região das Ilhas e
Navegantes; o PA Bom Jesus, em todo o trecho de cobertura da Protásio Alves; a
UPA Azenha/Partenon, que pega desde o Partenon até parte do Centro da Cidade; o
PA Cruzeiro do Sul, pegando a Grande Cruzeiro, a Glória; o PA Lomba do
Pinheiro, toda a faixa da Lomba do Pinheiro e Agronomia; o PA da Restinga,
especificamente a Restinga; e a UPA Zona Sul, que, apesar desta grande área de
cobertura, não chega a ter 300 mil habitantes nessa região, mas a este local
escolhido, praticamente toda a população chega a UPA com apenas um transporte
coletivo.
Esses são os Bairros
abrangidos pelas UPAs, UPA Zona Norte; a população existente em cada uma dessas
regiões; a estratégia de Saúde da Família, que já está instalada na região; as
bases do SAMU em cada região; os hospitais de referência e os operadores da UPA
Zona Norte, que, por exemplo, o Hospital Conceição já está contratualizado para
assumi-la. Quanto à UPA Navegantes, a gente está em tratativas com a Santa
Casa; a Bom Jesus e a Cruzeiro do Sul com a Secretaria da Saúde; Lomba do
Pinheiro; a da Restinga, que é do Moinhos de Vento; e a UPA Zona Sul.
O terreno escolhido
para a UPA Zona Norte é junto ao Terminal Triângulo e a futura Estação
Intermodal e do Metrô. Comparando uma grande área de cobertura do Terminal
Triângulo, onde nós temos, lá embaixo, a Bom Jesus, e a proposta anterior, que
era um terreno de fundos no Centro Vida, que não era junto à avenida, não tinha a cobertura
de linhas de ônibus para 300 mil habitantes como pede a Portaria.
A UPA Farrapos/Navegantes é junto com a Avenida
Farrapos, esquina com a Rua Dr. João Inácio, próxima do Portal Cairu, que
também vai ser estação de metrô em Porto Alegre, bem junto à Av. Sertório, que
é a entrada de Porto Alegre, quem vem pela ponte do Guaíba. Essa UPA também é
estratégica para esvaziar as emergências tanto do HPS quanto do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre; também há a intenção do Hospital de Clínicas em
assumir essa UPA, e ela serviria como referência para esses dois hospitais,
naqueles casos menos complexos. Com essa UPA, esvaziaríamos duas grandes emergências
de Porto Alegre.
A futura UPA Zona Sul será bem no entroncamento
entre a Av. Juca Batista, a Av. Eduardo Prado e a Estrada da Serraria; é um
grande terreno, um vazio - aliás, a Zona Sul tem vários vazios para implantação
-, é o único local encontrado onde a grande maioria da população da Zona Sul
consegue chegar com um único transporte coletivo.
A implantação da UPA porte III da Zona Norte, será
na esquina da Av. Assis Brasil e a Rua Jeronymo Zelmanovitz. A situação da
implantação da UPA já tem, inclusive, a ordem de início, na sexta-feira
passada. Pela planta baixa, essa UPA tem a sua entrada de emergência pela Av.
Assis Brasil, e a entrada da população, com demanda espontânea, pela rua
lateral.
Estas são fotos da UPA de Santa Maria, que é exatamente
o mesmo projeto, que já está implantada em Santa Maria, ela vai ser entregue
assim, e a Secretaria da Saúde vai colocar os equipamentos e o imobiliário.
Para finalizar, o planejamento e a localização da
UPA e sua área de cobertura não têm a mesma lógica da Estratégia de Saúde da
Família. Pelo seu porte e custo, ela não visa a contemplar apenas uma região e
muito menos um bairro; não serve de disputas e interesses localizados, como
aconteceu no início da discussão do Projeto; a sua localização deve ser
criteriosa, levando-se em conta a acessibilidade do paciente, já que a urgência
não privilegia um local, hora e nem segmento da população. Ela deve
proporcionar igualdade para todos da população de Porto Alegre e também da
Grande Porto Alegre, porque nós somos referência para vários Municípios.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CARLOS HENRIQUE CASARTELLI: Então, esse é o projeto que a Secretaria Municipal
da Saúde fez para implantação das quatro novas Unidades de Pronto Atendimento
de Porto Alegre; com ele pretendemos implantar as quatro UPAs até o final de
2012. Talvez a única que comece em 2012 e termine em 2013 seja a UPA da Zona
Sul. As outras três certamente começarão entre 2011 e 2012, com término
previsto para o final de 2012. A única a respeito da qual temos alguma dúvida é
a UPA da Zona Sul, que pode se prolongar um pouquinho para o início de 2013,
com essas quatro novas Unidades de Pronto Atendimento, como eu já falei,
readequando os três Pronto Atendimento que nós temos - e isso já está em tratativa
com o Ministério -, para que esses Pronto Atendimento passem a ser reconhecidos
como UPAs, até porque o Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul já tem uma
capacidade e uma instalação que supera, inclusive, aquilo que é exigido para a
UPA porte III. Apenas por uma questão de adequação da estrutura física das
demais UPAs, Porto Alegre passa a contar com oito
Unidades de Pronto Atendimento somadas, como já falei, à reabertura dos dois
hospitais: Independência e Luterano. Há o Hospital da Restinga, que está em
construção; há tratativas de novos leitos, de pelo menos mais 200 leitos no
Hospital Vila Nova. Estamos com a mesma tratativa com a Santa Casa para a
abertura de mais 240 leitos, aproximadamente, até 2012. Outras medidas que
estamos tomando também vão impactar no aumento do número de leitos, que será
acima de 500 nos próximos dois anos, em Porto Alegre.
Nós esperamos,
realmente, adquirir uma situação melhor em Porto Alegre do que a que temos
hoje, sem ficar reclamando que a população da Região Metropolitana vem para cá,
porque essa é uma realidade da qual, pelo menos, no momento, não temos como
fugir.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Srs.
Vereadores, conforme nossa regra, serão cinco minutos para cada cinco
Vereadores ou Bancadas neste período de comparecimento.
O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sr.
Secretário Municipal da Saúde; companheiros Vereadores e Vereadoras, eu quero,
Dr. Casartelli, antes de mais nada, e tenho plena consciência do que vou
afirmar, cumprimentá-lo, pelo menos em termos de relacionamento com o
Legislativo da Cidade, por ser o mais atuante dos Secretários do Prefeito
Fortunati. Eu, que sou independente, não sou nem Governo nem oposição, fico com
a autoridade plena de reconhecer essa sua condição, e até diria que não é tanto
por alguns temas que têm sido tratados aqui na Casa que faz com que o senhor
esteja tão presente aqui conosco, mas é pela sua disposição ao diálogo e pela
transparência dos seus atos. Obviamente, eu não desconheço que o senhor lida
com um dos temas que eu não diria que seja sem solução, mas diria que é de
solução interminável, porque, quando se soluciona uma situação, surgem outras
tantas a merecerem atenção. Com as vinculações que tenho de cunhos afetivo e
político com algumas pessoas que lidam na área da Saúde
Pública, sei bem avaliar a relevância do trabalho que o senhor executa, as
dificuldades de executá-lo e a tenacidade com que V. Sª se dedica a essa
atividade. Agora mesmo, junto com a sua assessoria, nos traz uma gama de
informações de quem procura dar transparência ao trabalho; eu acho que isso é
muito relevante. Vossa Senhoria pratica um ato que considero importante: o ato
da humildade e de reconhecer que a nossa capacidade de enfrentar sozinhos o
gigantismo desse problema é praticamente nula, na medida em que dependemos de
esforços de outros níveis do Poder, de outras medidas legislativas, entre as
quais a Emenda nº 29, que é a mais perseguida nos tempos presentes.
Então, eu gostaria,
em nome do Partido que represento nesta Casa, o Democratas, e, repito, com a
autoridade de quem não se filia à oposição e nem se ajusta ao Governo com
automatismo, de reconhecer o bom trabalho feito por V. Sª, desejar que ele
continue, e, especialmente, que o senhor cuide, com muito carinho - é um
compromisso novo que lhe peço -, da construção do Hospital da Restinga, grande
sonho do Extremo-Sul da Cidade e uma novidade em um quadro negativo que Porto
Alegre tem, porque, nos últimos anos, nós só vimos fechar hospitais e não vimos
inaugurar nenhum hospital.
Quero que o senhor
tenha a glória de inaugurar um novo hospital em Porto Alegre e eu estar na
plateia aplaudindo-o pelo gesto. Era isso, Srª Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. CARLOS HENRIQUE CASARTELLI: Muito
obrigado. Se Deus quiser, vamos fazer isso!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Verª Sofia Cavedon; saúdo a Secretaria da Saúde, mais precisamente
o Secretário, e o colega que expôs aqui a apresentação.
Nobre Secretário,
sabemos nós que Porto Alegre, conforme foi dito, com um milhão e quinhentas mil
pessoas, se torna um tanto difícil, às vezes, ter resolutividade no atendimento
não só pelo número da população, pelos serviços oferecidos, mas, mais
precisamente, porque, em Porto Alegre - por ser um centro de referência -,
muitos cidadãos do Interior acabam se servindo dos serviços aqui na nossa
Cidade, o que lhes é de direito; portanto, o atendimento é universal. Sabemos
que, com a implantação das UPAs, muitas das cidades metropolitanas vão se
utilizar desses serviços, por exemplo, do Triângulo da Assis Brasil,
possivelmente, Cachoeirinha, Gravataí, vão se utilizar muito.
Eu lhe faço algumas perguntas bem pertinentes com
relação ao tempo, à necessidade e ao número de servidores. Nós sabemos que o
senhor passa por um momento de reestruturação, mas que também precisa
implementar um concurso público para chamar esses trabalhadores. Qual é a previsão
que o senhor tem em relação a um novo concurso público e à chamada desses
trabalhadores nas suas diversas atividades, sejam médicos, técnicos em
enfermagem, enfermeiros, enfim, as pessoas que vão ser chamadas em cada UPA, e
quantos são os trabalhadores em cada UPA. Esta seria a primeira pergunta.
Eu estava presente no lançamento da “pedra
fundamental” da UPA do Triângulo, na Zona Norte, e ouvi o Governador do Estado
falando - como também o Secretário da Saúde - que pretendia, a cada três meses,
inaugurar uma UPA, das quatro UPAs existentes em Porto Alegre. E seriam oito em
Porto Alegre. Vossa Excelência diz que já há quatro praticamente estruturadas,
que podiam ser chamadas de UPAs. Dessas quatro que seriam, na verdade, em Porto
Alegre, duas são em parceria com o Governo do Estado e, por isso, serão
bancadas pelo Governo do Estado. Eu lhe pergunto: essas duas UPAs, bancadas
pelo Governo do Estado, porque ele disse que, de três em três meses estaria
inaugurando, já estão consolidadas? No caso, seriam a Zona Norte e a Região
Leste, mais precisamente na Azenha. Essas já estão acertadas com o Governo do
Estado? As outras duas, onde seriam? Porque eu ouvi a explanação também já
determinada. Gostaria de saber se as áreas já foram desafetadas, se já estão disponíveis?
E o Governo Municipal já está encaminhando a execução desse novo projeto, uma
vez que é de responsabilidade do Município?
A outra questão diz respeito ao atendimento atual.
Nós sabemos que hoje as emergências estão lotadas. E enquanto não vierem as
UPAs, qual será a sua estratégia, o seu esforço para que, até lá, essas regiões
que têm uma sobrecarga maior sejam atendidas o mais rápido possível? Porque nós
percebemos que há demora para consulta e para o especialista, como o exame e a
internação, que, hoje, estão muito dificultosos. Essa é a contribuição que eu
teria a dar, em nome da Bancada do PT. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu acho melhor o Secretário anotar, porque, se
ficar no bate-bola, nós vamos nos alongar muito. Pode ser um grupo de cinco
intervenções.
Eu só quero registrar aqui, antes da próxima fala,
que nós estamos recebendo o Presidente da Câmara Municipal de Caxias do Sul, o
Marcos Daneluz. Bem-vindo, Marcos. Junto com ele, estamos também recebendo o
Diretor-Geral, o Airton Ciro de Carvalho, e o Davi. É com muita honra que
recebemos os correlatos da cidade de Caxias do Sul, lá da Serra gaúcha.
O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Saúdo a nossa Presidente Sofia Cavedon, todos os Vereadores, Vereadoras
que nos assistem, o Secretário Casartelli, aqui presente, e o valoroso Chefe,
Diretor das nossas Urgências e Emergências de Porto Alegre. Quero dizer que
participo e participei muito dessa questão das UPAs e espero ainda continuar
participando de forma intensa, porque elas estão apenas no início de
implantação. Quero saudar, porque elas estão, agora, realmente começando a sair
do papel, a sair da burocracia e passando, vamos dizer assim, brevemente, para
o uso do cidadão.
Eu tive a oportunidade, em 2007, como Presidente da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente aqui da Câmara, de tomar contato inicialmente
com esse projeto das UPAs. Já em 2008, tivemos uma série de reuniões com as
comunidades, com as pessoas da gestão estadual, da gestão municipal, para que
se definissem as áreas prioritárias de instalação dessas Unidades de Pronto
Atendimento e a suas capacidades de atendimento na cidade de Porto Alegre. Lá
já ficaram definidas que seriam necessárias quatro novas UPAs para Porto
Alegre, de porte III, e as duas primeiras a serem instaladas seriam as da Zona
Norte e a da Região Humaitá/Navegantes. Já se sinalizava para uma outra UPA, no
Partenon, e ainda na Região Sul da Cidade. Naquele momento, as comunidades se
mobilizaram no sentido de que a da Zona Norte fosse no Centro Vida, na Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, e que a da Zona Sul fosse junto ao Hospital Parque
Belém. E ficou ainda se estudando onde seria a melhor localização para a UPA
Partenon.
Então, tivemos vários contatos, inclusive com o
Ministro da Saúde, José Temporão, de então, que veio ao Estado e propôs que nós
tivéssemos 16 UPAs em 2009 e 16 UPAs em 2010. Nós sabemos dos trâmites
burocráticos e de como são grandes os mecanismos para que se conclua uma obra
pública realmente bem constituída no nosso País.
Então, conseguimos, agora, na gestão do Secretário
Casartelli, após longas reuniões, longos debates, instalar o primeiro movimento
efetivo, que é a UPA Triângulo, que vai, com certeza, beneficiar uma comunidade
muito grande da Zona Norte, vai pegar também Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e
todo aquele fluxo que vem do Sarandi, do eixo da Baltazar, da Região Nordeste,
enfim, com certeza, vai ser de extrema utilidade aquela que eu chamo de UPA
Conceição, porque ela, com certeza, tem uma ligação muito forte com o Hospital
Nossa Senhora do Conceição, com o Hospital Cristo Redentor, e ajudará na
diminuição dos seus atendimentos de emergência.
Já nós temos de ter realmente presente a grande
necessidade de acabarmos com essas notícias do dia a dia que nos dizem que a
Emergência do Clínicas está com o triplo da lotação, que a Emergência do
Conceição está superlotada e que a Emergência da PUC não pode mais receber
pacientes, porque a fila de espera já é imensa. E é nisso que estamos focados
para levar o atendimento real àquela população que mais precisa e que, muitas
vezes, nas Unidades Básicas de Saúde, tem o seu problema resolvido, mas,
também, inúmeras vezes, precisa de um atendimento intermediário, pré-hospitalar,
e busca o hospital e as emergências para isso. Se nós conseguirmos - estamos
lutando e acreditando nisso - instalar essas quatro novas UPAS em Porto Alegre,
em prazo curto, a população deverá procurar essas UPAS, que vão dar vazão para
esse tipo de atendimento e vão dar qualidade para as nossas emergências
hospitalares que, hoje, apesar do esforço de todo o corpo técnico brilhante que
nelas trabalha, com a superpopulação que lá necessita, acaba tendo um prejuízo
grande da atenção e da qualidade.
Então, o que nós queremos, efetivamente, é uma
Saúde pública melhor para todos, que todos trabalhemos juntos neste sentido.
Obrigado; saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente Sofia
Cavedon, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Verª Fernanda, que hoje
está secretariando a Verª Sofia, eu quero cumprimentar o Secretário Casartelli
pela sua vinda aqui, porque sempre é bom quando podemos ter um Secretário na
Câmara Municipal. Sou fã do parlamentarismo, porque, nesse sistema, essa
relação é mais constante. No nosso sistema, muitas vezes, eu fico querendo
saber uma resposta de um Secretário, por muito tempo, e não consigo!
Tem uma coisa que me
chama a atenção, Secretário. Eu acho que V. Sª encaminhou bem o assunto das
UPAs, nos dando, praticamente, a certeza de que o nó está desatado. Por muito
tempo, ficamos aguardando que uma ação prática pudesse ser tomada com relação
às UPAs. Foi feito um movimento muito grande na Zona Sul da Cidade, para que um
hospital de pronto-socorro pudesse ser lá instalado. Nós fomos visitar o
Hospital Parque Belém há algum tempo e vimos que o Hospital já exibia todo o
equipamento para que um pronto-socorro pudesse ali ser instalado. O que faltava,
na verdade, era material humano, e nós sabemos que isso é o mais difícil. O
Hospital Parque Belém, quando lá estivemos, esperava um contato com o
Município, para que pudesse surgir um hospital de pronto-socorro naquela
região.
Já que as UPAs - Unidades
de Pronto Atendimento - fazem, em diversas regiões, praticamente o trabalho que
um pronto-socorro poderia fazer, eu pergunto se ainda existe interesse do
Município em deslanchar aquele Projeto de hospital de pronto-socorro que
começou a nascer no Hospital Parque Belém. Essa é uma curiosidade que tenho.
Naquela região da Zona Sul, vai nascer um hospital na Restinga, mas eu acredito
que não supre a necessidade de um pronto-socorro por lá. E eu pergunto se isso,
realmente, vai acontecer.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni
Proença está com a palavra.
O SR. TONI PROENÇA: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; nossa palestrante de hoje no programa Tá na Mesa, da Federasul,
aliás, foi muito bem; parabéns por representar esta Casa desta forma.
Dr. Casartelli, Dr.
Osório, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho afirmado, ao
longo de muito tempo, que o problema da Saúde não só em Porto Alegre, mas no
Brasil todo, tem muito de falta de recursos financeiros, de falta de dinheiro,
mas também tem muito de gestão. Há um problema de gestão grave, que vem num
efeito cascata desde o Governo Federal até o Município, passando pelos Estados,
que é quem executa os serviços de Saúde. Quer dizer, não recebe os recursos
devidos e ainda tem que gerir a Saúde totalmente, ficando, invariavelmente, com
as críticas, poucos são os elogios.
Mas eu quero dizer
que tenho notado - e aqui não vai nenhuma crítica a quem lhe antecedeu nos
últimos 50 anos - um esforço muito grande de gestão na Secretaria da Saúde, no
último ano, nos últimos dois anos. Esse é um elogio público que lhe faço. Agora
se vê a discussão, a seriedade, a determinação de construir as UPAs em
territórios em que, realmente, possam atender ao maior número de pessoas,
possam atender às regiões mais densificadas e, mais do que isso, possam servir
de estratégia para a Saúde em todo o Município, a partir da construção de novos
leitos, da reabertura de hospitais, da construção do hospital da Restinga, que
o Ver. Pujol e nós todos tanto defendemos. É importantíssima essa
territorialização. Isso dá ao cidadão, ao usuário, a certeza de encontrar
atendimento, mesmo que demore, mas a certeza de encontrar atendimento. Por
isso, parabéns ao senhor pelo trabalho, a toda a equipe e ao Prefeito por tê-lo
colocado na Secretaria da Saúde.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra.
O SR. DJ CASSIÁ: Srª Presidente,
Secretário Casartelli; em primeiro lugar, quero lhe dar os parabéns pela
excelente gestão que o senhor tem desempenhado frente à Secretaria da Saúde; ao
senhor, à sua equipe, a toda a sua assessoria. Quero também dizer, Secretário
Casartelli, que o diferencial que o senhor mostra é a relação que o senhor tem
com a sociedade e a relação que o senhor, a sua assessoria e a sua equipe têm
com esta Casa aqui; esta Casa onde cada um dos Srs. Vereadores e das Sras
Vereadoras representam uma fatia, uma parte da sociedade. Eu não quero me
alongar, mas, em nome de uma parte, da fatia da sociedade que eu represento,
quero dar os parabéns à sua equipe, mais uma vez, à sua gestão e ao seu estilo
de gestor. Parabéns, Secretário Casartelli, em nome da minha Bancada - Ver.
Elói, Ver. Nilo Santos, Ver. Brasinha, Ver. Nelcir Tessaro. Parabéns ao senhor
e parabéns à sua equipe! Que Deus o abençoe, e que o senhor continue nesse
estilo! Esse é o estilo; esse é o rumo. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Vereadora-Presidente
Sofia Cavedon; Secretário Carlos Henrique Casartelli; Dr. Jorge Osório, na
assessoria da Secretaria, meus cumprimentos. Este assunto diz respeito
principalmente à cidade de Porto Alegre. Também nós reconhecemos, a todo
momento, que, depois que o senhor assumiu, as coisas evoluíram muito para
melhor nas questões da Saúde em Porto Alegre. Lamentavelmente, nós passamos por
um período muito complicado anterior à sua gestão, mas, enfim, são coisas do
passado, e agora temos que tratar do futuro.
A questão das UPAs
vem ao encontro da ideia de produzir pronto atendimento; é uma ideia que nasce
no Governo Federal, principalmente a partir da crise na Saúde. A gente pôde ver
pelos telejornais, em especial no Rio de Janeiro, nos grandes centros do
Brasil, que o atendimento médico de urgência estava completamente precarizado
ou era inexistente. Então, é uma medida boa, que vem para dar conta do
atendimento de urgência, do pronto atendimento, como é dito, e para aliviar as
tensões daqueles que precisam do atendimento médico e que têm apenas alguns
equipamentos abertos durante as 24 horas, equipamentos esses que têm qualidade,
mas que não podem dar conta, porque, humanamente, fisicamente e tecnicamente é
impossível. Essas medidas vêm ao encontro de suprir. E me parece que o projeto,
muito bem apresentado e muito bem elaborado pelo Dr. Jorge Osório e pela equipe
da Secretaria, atende aos objetivos das quatro UPAs que serão construídas na
Cidade: duas que estão sendo construídas pelo Governo do Estado, um projeto que
vem de antes, mas que está sendo implantado agora, e duas que serão construídas
pelo Governo Federal. Mas a gente sabe que isso, por si só, na basta; nós temos
que ter a rede funcionando adequadamente, o que ainda é uma carência. Por isso
é importante estipular, estimar o prazo em que nós teremos um aumento, uma
ampliação do atendimento da rede de atenção básica. Sabemos que muitos dos
atendimentos que são feitos nas UPAs poderiam ser resolvidos nas Unidades da
rede, o que é mais barato, mais prático e evita os transtornos e as tensões das
Unidades de Pronto Atendimento, que devem servir para atender aos casos mais
graves ou de maior necessidade. Eu creio que nós estamos avançando, mas
precisamos acelerar ainda mais, porque são questões de Saúde pública.
Eu gostaria de
aproveitar para fazer um questionamento aos representantes da Secretaria: esse
conjunto de ações das UPAs, em Porto Alegre, também está sendo tratado ou
negociado junto ao Governo Federal ou ao Governo Estadual? Isso porque grande
parte dos atendimentos em urgência que nós temos na Santa Casa, no Hospital de
Pronto Socorro, no Hospital Conceição e mesmo no bairro Restinga, na vila Bom
Jesus, onde estão localizadas as nossas UPAs. Gostaria de saber se está sendo
feita uma negociação integrada em plano estadual, em especial com a Região
Metropolitana, que é uma grande contribuinte nas demandas intensas que nós
temos nessa área em Porto Alegre? Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Srª
Presidente; colegas Vereadores; caro Secretário, caro colega Osório, quero
fazer aqui algumas considerações e alguns reconhecimentos que acho que, neste
momento, são importantes.
Primeiro, quero
parabenizá-lo pela habilidade de negociação quanto ao local da UPA, que seria,
inicialmente, no Centro Vida, e que V. Exª, com habilidade, conseguiu negociar
para colocar em um local que vai atingir um público maior, que é no Triângulo.
Estivemos lá, fizemos uma reunião da Comissão de Saúde; estavam presentes os
Vereadores Mauro Pinheiro, Dr. Raul e Paulinho Rubem Berta. Realmente, essa
modificação, tecnicamente, vai trazer um incremento à Cidade. O Secretário
soube, com muita habilidade, negociar isso.
Quero me referir, de
novo, ao que foi falado aqui por outros colegas Vereadores, que é a questão do
projeto do Hospital Vila Nova. Nesse fórum permanente de discussão das
Emergências e Urgências, estivemos no Hospital Vila Nova acompanhando o projeto
que foi mostrado pelo Dr. Dal Molin, que se constitui num aumento de 200 leitos
clínicos e 20 leitos de UTI - estiveram presentes o Ver. Todeschini, o Ver.
Oliboni, o Ver. Dr. Raul e o sempre Vereador Valdir Fraga. Eu gostaria de
saber, Secretário, de que forma está sendo encaminhado isso pela Secretaria, se
há condições de esta Casa poder ajudar em algum fórum. O Ver. Todeschini trouxe
a questão da Comissão da Copa, que pode auxiliar; falamos que o Ver. João Bosco
Vaz, hoje Secretário da Copa, também pode colaborar com esse processo e,
certamente, emendas parlamentares não faltarão para tornar realidade essa
situação. De que forma podemos avançar nisso?
A outra dúvida que
tenho - e vou lhe dizer que é um sonho - é referente aos leitos dos pacientes
neurológicos crônicos do HPS. Nós temos pacientes internados há anos no HPS, e,
às vezes, alguns aproveitadores vão até lá e falam que existe bactéria
multirresistente no HPS, mas é claro, são pacientes que são já colonizados por
essas bactérias. Quero saber de que forma podemos criar condições - e o Ver.
Dr. Raul já deu essa sugestão - de se ter, em algum desses outros hospitais
periféricos, uma ala para esses pacientes crônicos, podendo retirar dali cerca
de 40 a 50 pacientes, possibilitando que essa reforma no HPS, que também está
sendo programada pela Secretaria, seja bastante efetiva.
Finalmente, quero dizer que a mensagem que recolho
do conjunto dos Vereadores e a minha própria mensagem é de que realmente nós
precisamos avançar na questão das UPAs, como V. Exª colocou, sem vaidades, sem querer
discutir, sem atravancar o caminho; se temos locais que são mais próprios para
as UPAs, que possamos colocá-las em funcionamento, independentemente da vaidade
de um ou de outro.
Então, colha desta Casa, Secretário, esta mensagem
de que realmente se possa avançar em direção às UPAs para melhorar o
atendimento da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não há mais inscrições. O Sr. Carlos Henrique
Casartelli está com a palavra, se quiser comentar as manifestações.
O SR. CARLOS
HENRIQUE CASARTELLI: Faço questão de comentá-las. Primeiro, quero dizer
que esta é uma obrigação minha como Secretário de Saúde, e acho que de todos os
Secretários, sempre que solicitada a presença na Câmara, que entendamos isso não
como uma solicitação, mas como uma convocação. E assim é a minha ideia de
sempre comparecer, quando a minha presença for solicitada, a menos que haja,
realmente, algum impedimento, quando procurarei justificar a minha ausência.
Começando a responder ao nosso Ver. Aldacir José
Oliboni, com relação aos concursos, Vereador. Nós temos vários que precisamos
fazer, resolvemos dividir em três grandes áreas, porque dificilmente nós vamos
conseguir contratar uma empresa, em tempo hábil, para fazer todos os concursos,
o que seria o ideal, pois nos daria menos trabalho, mas, provavelmente, vamos
ter um gasto de tempo para a contratação dessa empresa, que será, no final das
contas, um tempo maior do que aquele, caso fizéssemos os concursos através da
Secretaria de Administração e da Secretaria da Saúde. Nós dividimos em três
grandes áreas de concursos: uma pega os Técnicos de Enfermagem, que, pelo
volume, nós imaginamos que vai ter um número muito grande de inscritos; os
próprios contratos temporários já chegam a três, quatro, cinco mil inscritos;
nós vamos fazer o concurso de Técnico de Enfermagem logo em seguida. No segundo
grupo, nós pegaremos aquelas áreas tipo Fonoaudiologia, Assistência
Farmacêutica, que são grupos onde normalmente há um menor número de inscritos;
e um terceiro grupo de concurso que nós pretendemos fazer é o da área médica.
Nós ainda temos alguns concursos vigentes; e o que
mais nos preocupa realmente é o concurso de Técnico de Enfermagem, porque nós
temos vagas e não temos concurso para conseguir fazer a nomeação. No ano
passado, nós fizemos mais ou menos 220, 240 nomeações de novos servidores
públicos; neste ano, até a presente data, nós já fizemos a nomeação de 240
servidores. Ainda temos algo em torno de 120 cargos para serem nomeados. Estamos
enviando Projetos de criação de novos cargos para a Câmara, entre eles cargo de
Dentista, porque nós pretendemos, no segundo semestre, implantar dentro dos
nossos CEOs - Centros de Especialidade Odontológica -, a especialidade de
Ortodontia e de Prótese Dentária. Então, virão para a Câmara projetos para
criações de cargos ao longo do segundo semestre.
O número de servidores que se prevê para cada UPA
fica em torno de 200; é um pouco variável, depende do porte. A Cruzeiro do Sul
tem em torno de 400 servidores, mas lá tem Odontologia, tem Traumatologia,
Cirurgia. Para essas UPAs previstas pelo Governo Federal, onde há basicamente
Clínica e Pediatria, cada uma delas terá em torno de 200 servidores.
Nós pretendemos fazer parcerias. A gente tem
trabalhado com parcerias, principalmente com o setor público, com o Governo do
Estado, com o Governo Federal e com os nossos dois hospitais públicos federais.
Então, a UPA Zona Norte provavelmente vai ser gerenciada pelo Grupo Hospitalar
Conceição; a Azenha/Partenon, provavelmente pelo Hospital de Clínicas, e
estamos numa negociação para que a Santa Casa venha a assumir o gerenciamento
da UPA Navegantes, colocando lá os recursos humanos e fazendo o gerenciamento,
juntamente com o gestor.
Sobre os terrenos, este terreno da primeira UPA já
está definido, já foi dada a ordem de início para a obra; o segundo terreno é
aquele onde tem o terreno do Detran, que é um terreno que pertence à União. Nós já conversamos com o Secretário Ciro Simoni, conversamos já com a
União, com o próprio pessoal do V COMAR, que é quem detém o direito de uso do
terreno, mas que repassou esse direito para o Detran há algumas décadas, e nós
pretendemos, na verdade, que seja ali naquele local; está bem encaminhada a
negociação com o Governo do Estado e com a própria União.
Os dois outros
terrenos, um é o terreno da Navegantes, que está em fase de desapropriação, e o
da Zona Sul também, nós teremos que desapropriar alguma área pelo Município
para fazer a construção. Na Zona Sul, tem um terreno ali próximo que pertence à
SMED, talvez se negocie com a SMED a colocação da UPA nesse terreno.
Todos esses processos
estão sendo encaminhados, estão em fase de andamento, e estamos fazendo uma
negociação realmente com o Governo do Estado e com a União, para que se faça
uma avaliação conjunta de todas essas possibilidades.
No que se refere à
ordem de construção, como foi colocado lá pelo Secretário Ciro Simoni, pelo
Vice-Governador Beto Grill, que representava o Governador Tarso Genro naquele
momento, a ideia é que se dê ordem de início de uma UPA por mês, considerando
todo o Estado do Rio Grande do Sul.
O que eu combinei com
o Secretário Ciro? As duas primeiras UPAs deveriam ser em Porto Alegre. Ele
pediu, e nós temos trabalhado com essa parceria com o Governo do Estado, que a
segunda UPA não viesse para Porto Alegre, que fosse para uma outra cidade do
Interior, que já estava tudo acertado, tinha o terreno; então, nós cedemos a
segunda UPA para ser construída no Interior, com a promessa de que a quarta ou
quinta ordem de início do Governo do Estado voltaria a ser novamente Porto
Alegre. E duas UPAs que estão no PAC 2, que são obrigação de Porto Alegre
construir, também o Governo do Estado, o Secretário Ciro, nos pediu para abrir
mão de uma dessas UPAs para uma cidade do Interior - nós fizemos isso -, com o
compromisso de que, na desistência de alguma cidade por uma das UPAs, nós,
junto com o Governo do Estado, reivindicaríamos ao Governo Federal a quarta UPA
para que entrasse novamente no PAC 2. Eu já conversei com o Secretário Ciro,
tem uma cidade que não deseja construir a UPA nesse primeiro momento; então,
talvez, nós tenhamos um processo um pouquinho invertido, mas que, para a
população, não faz diferença; talvez três das quatro UPAs, que seriam duas
construídas pelo Estado e duas pelo Município, venham a ser construídas pelo
Estado e apenas uma por nós, mas, numa negociação solicitada pelo próprio
Secretário Ciro.
Com relação às
soluções enquanto as UPAs não ficam prontas: realmente, eu não acho que UPA
seja a solução de tudo; pelo contrário, eu acho que o Rio de Janeiro teve uma
situação muito particular, instalou praticamente uma UPA em cada Bairro; não
acho que essa seja a melhor solução, eu realmente acredito que a Atenção Primária em
Saúde é a solução. Enquanto as nossas UPAs e a ampliação de leitos hospitalares
não chegam, nós estamos implantando a regulação de leitos. Só para terem uma
ideia, nós regulávamos, do total de internações hospitalares de Porto Alegre,
menos de mil internações por ano, e o resto todo entrava sem a regulação do
gestor. Neste ano, com o início da implantação do sistema informatizado, nós já
tínhamos - isso há cerca de um mês - finalizadas 12.000 regulações, só para
terem uma ideia do crescimento disso e do que significa isso.
Nós temos um grande problema: os hospitais se dizem
superlotados. O Hospital de Clínicas, todos os dias, se diz superlotado; o
Grupo Hospitalar Conceição, todos os dias, se diz superlotado, assim como a
Santa Casa, com a qual já negociamos para, o mais breve possível, a ampliação
de 12 para 30 os leitos de emergência, mas, quando vamos olhar essa
superlotação, esses Hospitais não colocaram, na Central de Regulação, o pedido
de transferência desses pacientes. Se não colocam na Central de Regulação, o
gestor tem muito pouco a fazer. Como alguns hospitais, como o Clínicas e o GHC,
ainda não estão regulados, depende de eles colocarem na Central. Muitas vezes,
temos essas emergências hospitalares lotadas, havendo vagas nos Hospitais Vila
Nova e Parque Belém. Com a regulação do sistema, que estará concluída até o
final do ano, teremos uma situação certamente melhor de deslocamento desses
pacientes para leitos existentes na Cidade, desafogando esses grandes
hospitais.
Como sabemos - eu estive na Santa Casa esta semana
-, em alguns dias chegam a 60% os pacientes que estão na Santa Casa e que são
da Região Metropolitana. Então, a gente pretende, com a regulação, resolver,
pelo menos em grande parte, a situação em que nos encontramos hoje.
O Dr. Raul colocou aqui a questão das 16 ou 32 UPAs
do Estado. Vou dizer que nunca é um pouco exagerado, mas talvez, em nenhum
momento, se teve um diálogo tão grande entre a Secretaria Estadual e a
Secretaria Municipal de Saúde. Eu e o Secretário Ciro já tivemos vários
encontros, e nós realmente pretendemos discutir a Região Metropolitana,
principalmente como um todo, fazendo com que se tenha UPAs nas cidades da
Região Metropolitana, com que se avalie a condição até na Atenção Primária em
Saúde na Região Metropolitana, trazendo os Secretários de Saúde, os gestores da
Região Metropolitana, para um diálogo conosco, e que não seja um diálogo de
cobrança, que não seja o diálogo para perguntar: por que tu não atendes? Mas um
diálogo em que diga o que podemos fazer para ajudar. Tanto o Município de Porto Alegre quanto o Governo do Estado
estão com essa disposição de discutir a Região Metropolitana e ajudá-la a fazer
a sua reestruturação.
O
problema das emergências superlotadas, além da questão da regulação, é uma
questão de gerenciamento clínico. Vou dar um exemplo: na Unidade de Pronto
Atendimento Bom Jesus, colocamos um médico rotineiro para atender aos pacientes
que ficam na sala de observação. A partir disso, praticamente nunca mais
tivemos pacientes no corredor - vamos ver como ficará a situação com a chegada
do inverno -, e o número de dias de internação desses pacientes na Emergência
reduziu significativamente. Então, muitas vezes, é uma questão de gerenciamento
clínico que tanto os hospitais como os pronto atendimentos têm que começar a
trabalhar.
O Ver.
Luiz Braz colocou aqui a questão do HPS Zona Sul ou Pronto Socorro Zona Sul.
Esta é uma situação que temos que discutir dentro da realidade, não podemos
lidar com uma questão demagógica. Eu realmente acho que o Hospital Parque Belém
deve manter a sua Emergência de adultos, que foi fechada. Nós vamos retomar
essa discussão com o Hospital Parque Belém, para que ele reabra a sua
Emergência para atender àquela Região da Cidade. Os estudos internacionais
dizem que nenhuma cidade com menos de 1,5 milhão de habitantes comporta um
pronto-socorro. Porto Alegre possui 1,5 milhão de habitantes e dois
pronto-socorros: o HPS e o Hospital Cristo Redentor. Se pensarmos em um
hospital de pronto-socorro nos moldes do HPS ou do Hospital Cristo Redentor, eu
digo, com toda convicção, que Porto Alegre não comporta isso em termos de
custo, de financiamento disso. Agora, discutir uma Emergência dentro do
Hospital Parque Belém, que atenda às necessidades de clínica de pediatria, que
dê o primeiro atendimento, mesmo na área de urgência clínico-cirúrgica, e que,
depois, o paciente seja transferido para um dos dois grandes hospitais de
trauma da Cidade, sem dúvida nenhuma, isso tem que ser feito. Eu me comprometi,
na última Temática do OP da Saúde, em ir lá na Região e discutir com a equipe,
com o pessoal do controle social do Hospital Parque Belém, para que se abra
novamente aquela estrutura lá.
Eu
queria agradecer não só ao Ver. Toni Proença, mas aos demais Vereadores os
elogios que recebi. Isso não nos torna vaidosos, mas nos torna muito mais conscientes e com muito mais responsabilidades para fazer cada vez
melhor. Existe, realmente, um problema de financiamento e de gestão. Nem tudo é
problema de financiamento, tem muita questão na Saúde que, realmente, é gestão,
mas tem uma questão de financiamento que precisa ser enfrentada. Porto Alegre
aplica algo em torno de 19% em Saúde, e isso significa, se nós considerarmos o
total aplicado em Saúde dentro de Porto Alegre, 60% do que é aplicado em saúde
em Porto Alegre. E vínhamos, até então, tendo, principalmente por parte do
Governo do Estado, um completo descomprometimento com a questão da Saúde no Rio
Grande do Sul. Eu quero dizer, e a gente precisa reconhecer isso, que, com o
novo Governo, isso mudou; Porto Alegre que, há quatro anos, não recebia nenhum
tostão ou praticamente nenhum tostão - não dá para dizer que não seja nenhum
tostão, alguma coisa vinha -, começou a receber recursos do Estado. Recebemos
já oito milhões do Estado, ainda este mês, e temos, a partir de agora, uma
garantia de que esses repasses serão regularizados e ocorrerão mensalmente.
Então, esta parceria com o Governo do Estado e com o Governo Federal é muito
importante e, sem dúvida nenhuma, melhorou, e nós temos plena confiança de que
este bom relacionamento vai continuar com o Governo do Estado e com o Governo
Federal.
Então, nós temos uma
gestão que é tripartite, a Secretaria Municipal de Saúde cumprindo com a sua
obrigação na EC29 (Emenda Constitucional nº 29); o Governo do Estado, que nós
temos certeza de que vai cumprir a EC 29 até o final do atual mandato do
Governador Tarso Genro, e a própria União, com grandes perspectivas de aumento
do financiamento para a Saúde. Temos certeza, confiamos plenamente naquilo que
acertamos com o Ministro Padilha, que também será cumprido pelo Ministério da
Saúde aquilo que tem reafirmado e que a Presidenta Dilma também tem reafirmado
durante o seu mandato.
Eu quero dar uma
notícia que é um orgulho não para mim, mas eu quero aproveitar, aqui, que o
Ver. Toni Proença fez vários elogios, que, pelo meu conhecimento, pela primeira
vez Porto Alegre recebeu, a Saúde recebeu um prêmio do Top of Mind. Nós fomos
lembrados duas vezes pela população do Estado: uma na questão do SUS, em Plano
de Saúde, nós ficamos em terceiro lugar, não fomos agraciados, porque recebe o
prêmio apenas o primeiro lugar, mas nós ficamos na frente de Planos de Saúde
como o Bradesco, a Golden Cross e muitos outros que têm uma questão midiática
muito grande. E quando o assunto foi Clínica de Vacina, o mais citado foi o
Posto de Saúde. Então, isso é um orgulho para nós, cidadãos de Porto Alegre;
não é um prêmio da Secretaria, é um prêmio que pertence à Secretaria e a todos
os usuários do SUS de Porto Alegre, porque foram os que nos deram esses votos.
O Ver. DJ Cassiá fez uma série de elogios - os
quais agradeço, sinceramente -, e tenho certeza de que não foi apenas pela
questão da nossa amizade, mas porque realmente ele pensa isso.
O Ver. Todeschini colocou assuntos aqui que eu
considero extremamente importantes. Nós já conversamos sobre isso, e, realmente
não acho, eu tenho convicção, que UPA não é a solução dos problemas da Saúde de
nenhuma região do País; UPA é um complemento ao atendimento. Eu acredito
realmente que se tenha que criar uma rede de atenção em Saúde, onde a Atenção
Primária em Saúde tem que ser o foco de investimento, e nós pretendemos
duplicar o número de equipes de Saúde da Família durante o nosso período. Junto
com as equipes da Saúde da Família, os Centros de Especialidades, a UPA, os Caps
e os Hospitais têm que formar uma grande rede de atenção, regionalizada e
hierarquizada de forma que a gente consiga dar um atendimento integral ao
usuário do Sistema Único de Saúde.
Nós pretendemos trabalhar com a classificação de
risco em todas as portas de entrada. A classificação de risco nos Hospitais de
Porto Alegre, com a classificação de risco nas Unidades de Pronto Atendimento e
com a classificação de risco, inclusive, nas Unidades de Saúde da Família, para
que o paciente seja realmente avaliado e direcionado para o lugar certo, onde,
conforme a gravidade, ele vai receber o melhor atendimento.
A Atenção Primária em Saúde - eu acho que todos
aqui sabemos, mas não custa repetir - não faz só a prevenção como muita gente
pensa; ela faz a prevenção e tem que atender aquilo que é mais prevalente na
comunidade. E nós estamos, inclusive, buscando uma descentralização de alguns
atendimentos que a experiência nos mostrou que não foram solucionados. Vamos
pegar a situação da Aids, a situação da tuberculose, que não foram solucionadas
com o Centro de Especialidades nessa área. Então, nós estamos trabalhando pela
descentralização do diagnóstico, do tratamento e do acompanhamento, tanto na
questão do DST/Aids quanto na questão da tuberculose, fazendo com que vão para
os Centros de Especialidades aqueles pacientes que apresentam uma situação de
maior gravidade.
O Ver. Thiago colocou aqui a questão do Centro
Vida, e eu realmente acho que a gente fez com a comunidade um encaminhamento
que foi muito satisfatório; na minha opinião, foi uma negociação ganha/ganha,
porque o pessoal do Centro Vida vai ter uma referência de UPA, que é a UPA Zona
Norte. E nós estamos instalando ali, estamos negociando com o Governo do Estado
para que permaneça a cedência do terreno para a UPA, para que ali a gente
construa um Centro de Especialidades, construa um Caps - Centro de Atendimento
Psicossocial -, e uma Academia de Saúde. Então, a gente pretende fazer uma
compensação, fora a ampliação das
equipes de Saúde da Família, naquela Região.
Quanto à
questão dos 200 leitos do Hospital Vila Nova, que o Dr. Thiago colocou, nós já
estamos negociando com o aquele Hospital. Nós pretendemos criar os primeiros 50
leitos no Vila Nova numa parceria entre a Secretaria da Saúde, o Vila Nova e
outros parceiros. A primeira parceria será com o Grupo Hospitalar Conceição. A
gente pretende construir mais um andar, que dará, mais ou menos, para 40 ou 50
leitos, com o selo de qualidade do Grupo Hospitalar Conceição. Os pacientes
serão do Hospital Vila Nova, os servidores serão do Hospital Vila Nova, mas o
Conceição vai garantir a qualidade do atendimento, colocando toda a sua
capacidade de treinamento, de qualificação, de educação continuada, inclusive
tendo servidores do Grupo Conceição, sejam enfermeiros ou médicos, que
visitarão esses leitos e discutirão uma ou duas vezes por semana com a equipe
do Hospital Vila Nova. Nós pretendemos fazer a mesma proposta do Grupo
Hospitalar Conceição, para a Santa Casa, de maneira que a gente,
gradativamente, chegue à abertura desses 200 leitos no Hospital Vila Nova. Nós
vamos fazer com parcerias, seja através de emendas parlamentares, seja através
de verba da própria Secretaria da Saúde ou do Ministério, mas nós vamos buscar
isso, e nós contamos com apoio dos Vereadores, dos Deputados Estaduais,
Federais e Senadores.
Com
relação à Neuro - colocada pelo Dr. Thiago -, nós temos um grupo de trabalho na
Secretaria que une todas as urgências dos hospitais e a nossa, discutindo as
questões de linhas de cuidado. Nós pretendemos - e já está sendo discutida a
questão dos pacientes da Neuro -, em princípio, fazer com que esses pacientes
que ficam lá no HPS durante um período muito maior do que o necessário consigam
ser transferidos ou para Hospital Parque Belém, que já tem uma experiência na
área, ou para o próprio Hospital Beneficência Portuguesa, mas vamos tentar
conseguir fazer com que esses pacientes saiam dos locais que precisam renovar
os seus pacientes, e que os crônicos sejam encaminhados, então, para um
hospital como o Parque Belém, para o Hospital Vila Nova ou para a Beneficência
Portuguesa - e isso já está sendo feito pela nossa Coordenação de Urgência.
Eu não
sei se eu consegui responder às perguntas de todos os Vereadores, mas eu fico à
disposição até para responder por e-mail
ou por telefone. Eu fico sempre à disposição dos senhores para responder
qualquer dúvida.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Dr. Thiago Duarte está com a palavra.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado, Secretário, pelos esclarecimentos que o
senhor fez, em especial a mim. Quero lhe dizer que estamos ao seu lado - chegou
o nosso Líder, o Ver. Mauro Zacher. Eu só quero aproveitar este espaço em que estamos em rede de televisão para convidar a
Secretaria - será enviado convite oportunamente - a fazer essa apresentação no
nosso próximo Fórum de Urgências e Emergências, que será no dia 9, no Hospital
Parque Belém, para, talvez, discutir a questão levantada pelo Ver. Braz, de um
centro de ortopedia e traumatologia para lá. Muito obrigado.
O SR. CARLOS HENRIQUE CASARTELLI: Já fica
aceito o convite.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Sr.
Secretário e Jorge Osório, quero registrar a importância da vinda de vocês.
Pela densidade do tema, pelo conjunto de respostas e perguntas, nós vemos que
poderia ser uma quinta-feira temática para podermos trabalhar mais o tema, mas,
como tivemos problemas de informação naquela quinta e estamos com várias
quintas-feiras já agendadas, nós optamos por trazê-los rapidamente para não
restarem dúvidas.
Ficamos felizes com a
perspectiva dos novos leitos. Queremos colocar a Casa à disposição; estamos
indo às comunidades e recebendo as demandas para a Saúde. Estamos com um Fórum
Permanente. Hoje ainda, na Federasul, eu me referi ao Fórum Permanente da Saúde,
que a COSMAM instalou, que eu acho muito importante, pela resposta da
sociedade. Também me referi ao não repasse de recursos do Governo do Estado,
que eu achava que deveria mudar o quadro; eu não tinha a informação ainda. Fico
muito feliz.
Eu apenas quero
perguntar, se me permitem, sobre o tema da nomeação dos médicos, porque, em
algumas unidades, como a Ramos, a gente não sabe o que dizer: se é concurso que
ainda falta ou se de fato estamos com problemas sérios de os médicos não
aceitarem, de não irem, de o salário estar baixo. Para limpar um pouco isso,
para os próprios Vereadores poderem atuar nesse tema, gostaria que V. Sª
falasse, se possível.
O SR. CARLOS HENRIQUE CASARTELLI:
Vereadora-Presidente, nós temos duas situações; uma é, realmente, a questão de
nomeações. Há alguns cargos que não estão disponíveis - é necessário novo
concurso -, e há cargos disponíveis. Amanhã eu tenho reunião junto com o Comitê
Gestor da Prefeitura, onde pretendo aprovar para nomeação praticamente imediata
mais 30 médicos. Pretendo aprovar amanhã, para fazer a nomeação logo em
seguida.
Foi aprovada aqui, na
Câmara, a criação de 52 novos cargos, não havia nenhum cargo vago, todos
estavam preenchidos; nós temos agora esses 52 cargos que foram criados na
Câmara recentemente, e amanhã eu pretendo discutir, no Comitê
Gestor, a nomeação de, pelo menos, a metade desses cargos.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu entendo
que a Câmara poderia se manifestar ao Comitê Gestor, se há necessidade,
apoiando essa nomeação imediata.
O SR. CARLOS
HENRIQUE CASARTELLI: Qualquer manifestação que a Câmara faça sempre vai
ser um apoio. Quero dizer que a Secretaria se sente apoiada pela imensa maioria
dos Vereadores; até agradeço por isso, nós temos tido uma facilidade de diálogo
muito grande com todos os Vereadores, não apenas com os da nossa Bancada, mas,
inclusive, com os Vereadores que não são da base de apoio. Para nós, sempre,
qualquer medida que a Câmara faça para nos ajudar, vamos receber com muito
agradecimento.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós sabemos da dureza da Secretaria da Fazenda. Na
última visita à Zona Norte, na Unidade de Saúde Ramos - a Verª Celeste e o Ver.
Mauro sabem bem -, constatamos que o único médico clínico-geral é a
coordenadora da Unidade de Saúde. O estresse é muito grande, apesar de as
outras especialidades estarem disponíveis, mas a clínica-geral é a mais
demandada. Então, a nomeação para lá é muito importante. Esse é um dos casos.
O SR. CARLOS
HENRIQUE CASARTELLI: Nesse momento, nós vamos nomear para o cargo de
Médico de Saúde da Família, que está habilitado para o cargo, para suprir essas
necessidades da rede.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada pela presença do Secretário de
Saúde; do Jorge Osório, Coordenador das Urgências. Nós os felicitamos; acho que
a Saúde precisa dessa atenção.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h40min.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h41min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
público que nos assiste pelo Canal 16; público das galerias, quero dividir
esses meus cinco minutos de Liderança em duas partes. A primeira, para
agradecer ao Secretário da EPTC, Cappellari, a destreza e a forma como me
atendeu quando solicitei, Ver. Cecchim, a abertura da Av. Martim Felix Berta,
para que as pessoas que transitam no Bairro possam sair diretamente na
Baltazar, pegando à esquerda, em direção ao Centro. O Secretário atendeu ao
pedido, que é uma reivindicação de muito tempo da comunidade, e hoje foi aberta
a Avenida para que o trânsito pudesse fluir em direção ao Centro. Então, eu
agradeço ao Secretário Cappellari a forma como foi tratada a comunidade e este
Vereador, sendo atendidos prontamente.
Em segundo lugar, uma questão tem me preocupado
muito, Ver. Toni Proença: a gestão de Porto Alegre. Nesta semana, tivemos a
infelicidade de perder recursos financeiros, Ver. João Antonio Dib. É tão
difícil se trazer recursos para a cidade de Porto Alegre, e, por falta de
gestão, a Prefeitura de Porto Alegre perdeu quase R$ 1,5 milhão destinado à
Praça da Juventude, que seria instalada na Bom Jesus; uma comunidade tão
carente, que tem tantas necessidades, Verª Maria Celeste - que também atua na
região -, e aí a gente lê as notícias do jornal (Mostra jornal.): “Pedras sobre
sonho de paz.” E o recurso é perdido, ali era para funcionar uma Praça da
Juventude. A Prefeitura de Porto Alegre perde esse recurso, que ficou três anos
na Caixa Econômica Federal, e agora vai retornar, porque a Prefeitura, em três
anos, não conseguiu fazer um projeto. Realmente nos preocupa muito a falta de
gestão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, tendo em vista que a própria
Coordenadora do Gabinete de Planejamento Estratégico, Srª Izabel Christina, fez
uma declaração dizendo que o contrato com a Caixa não foi assinado, e a verba
foi perdida, Ver. João Dib: “Devido à complexidade técnica do projeto,
enfrentamos dificuldades operacionais para concretizar o contrato junto à Caixa
Econômica.” Isso é uma vergonha! A Prefeitura de Porto Alegre dizendo que não
conseguiu fazer um contrato, não conseguiu realizar um projeto de R$ 1,5
milhão!
Agora, essa mesma Prefeitura, Ver. João Antonio Dib... Se nós não temos capacidade de fazer um
projeto de uma praça, como vamos fazer uma Copa do Mundo em Porto Alegre, Ver.
Tarciso? Como vai ser a Cidade, se a Coordenadora de Gestão Estratégica da
Prefeitura diz que não consegue realizar o projeto para uma praça, Ver. Pedro
Ruas? Isso é uma vergonha para esta Cidade! Se houvesse ido até Canoas, lá a
Prefeitura assina contrato com a Caixa Econômica Federal; lá, está funcionando!
É uma falta de vontade política, ou uma falta de gestão, Ver. João Antonio Dib?
Chegamos à conclusão
de que é falta de competência, e não é só ali, pois perdemos outras verbas,
Ver. João Antonio Dib. Estamos sempre perdendo verbas por falta de gestão: HPS
perde R$ 7,3 milhões de reais; perdemos na habitação; perdemos em saneamento;
portanto, esta Casa não pode ficar sem fazer nada! Nós temos que tomar uma
atitude, Ver. Pedro Ruas!
Eu quero fazer um
apelo a esta Casa e à Srª Presidente, que seja feita uma Comissão Externa,
composta pela pluralidade destes Vereadores, Ver. João Antonio Dib, para que
avaliemos por que foi perdido 1,5 milhão de reais e a falta de competência e de
gestão, e que intervenhamos junto ao Governo Federal para que possamos reverter
a perda, para que essa verba venha e para que saia a Praça da Juventude, na
Vila Bom Jesus, Ver. João Dib. Portanto, faço este apelo, Presidente, para que
seja instalada uma Comissão Externa, conforme o art. 78 do Regimento da Câmara,
Ver. João Antonio Dib, para que esta Casa tome uma atitude de protagonismo, já
que a gestão da Prefeitura não o fez. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Tarciso está com a palavra para fazer um registro.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Eu gostaria de
registrar que, ontem, 24 de maio, o nosso querido Esporte Clube São José estava
de aniversário. Deixo um abraço para esse Clube em que joguei seis meses e onde
encerrei a minha carreira. Parei de jogar futebol profissional justamente ali
no São José, um clube querido por todos nós, tanto pelos colorados, quanto
pelos gremistas. É como o América, no Rio. Então, quero parabenizar toda a
Direção do São José, esse clube maravilhoso situado na Zona Norte, no bairro
Passo D’Areia. Um abraço, muita saúde, muita paz e muito sucesso ao São José!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o
Requerimento do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita a constituição de uma
Comissão Externa para tratar da Praça da Juventude, na vila Bom Jesus.
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Sofia Cavedon,
Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e
senhores, eu peço à Verª Sofia Cavedon, por favor, que me dê atenção neste
momento de pronunciamento da minha Bancada. Eu sou um defensor do Legislativo e
acho que V. Exª e a Mesa Diretora desta Casa fazem uma boa administração da
nossa Câmara Municipal; acho que V. Exª tem tido atitudes que têm realçado o
valor da nossa Câmara perante a sociedade, mas quero fazer uma observação como
Líder do meu Partido.
Quando V. Exª fala em
qualquer local onde V. Exª comparece como Presidente da Câmara Municipal -
porque V. Exª não é mais uma simples Vereadora com assento e participação em
uma das Bancadas da Casa; V. Exª é a Presidente de todos nós, da nossa Câmara
Municipal -, V. Exª fala em meu nome e nome de todos nós, não tem mais uma fala
isolada, falando pelo seu Partido.
Por isso, Verª Sofia
Cavedon, eu acredito que V. Exª, antes de se incorporar à greve dos
funcionários públicos municipais, deveria ter feito uma reunião com as
Lideranças desta Casa, porque V. Exª preside o Legislativo e não é uma figura
isolada. V. Exª, no momento em que aceitou presidir este Legislativo, estava
ligada a todas as Bancadas que têm assento nesta Casa. Vossa Excelência deveria
fazer uma reunião com todas as Lideranças e discutir com elas se essa era a
vontade de todos os Líderes, porque, afinal de contas, nós queremos uma
orientação de quem nos preside. Mas não, nós fomos surpreendidos por uma ação
que, na verdade, era mais a de uma Liderança de Partido do que a de uma
Presidente da Casa.
Eu não penso como a
Presidente com relação à greve do funcionalismo público, eu tenho um outro tipo
de pensamento, e não gostaria que a Presidente, que fala em nome de todos nós,
falasse em meu nome quando está falando de greve. É claro que eu defendo o
direito que a Presidente tem de representar esta Casa em qualquer lugar desta
Cidade, mas, quando estiver falando em nome da Casa, consulte às Lideranças
antes, fale com todas as Bancadas, para que a palavra que chegar a qualquer canto
desta Cidade, Ver. Pedro Ruas, seja, realmente, a representação da nossa
instituição. Eu não me senti representado, Verª Sofia Cavedon, na sua
participação na greve dos funcionários públicos, porque, na verdade, foi muito
mais a manifestação da sua corrente política, a qual respeito, mas V. Exª não
falou em nome da Câmara de Vereadores. Assim como eu tenho a minha forma de
pensar, que é contrária ao seu pensamento, com relação à greve, muitos aqui
também devem sentir exatamente o mesmo.
Então, até pelo respeito
que tenho por V. Exª e pelos demais componentes da Mesa, eu a peço que V. Exª,
nessas manifestações, consulte as Lideranças. Todas as semanas, nós temos
reunião da Mesa com as Lideranças, e não custa tratarmos desse assunto para,
quando formos participar desses movimentos, sabermos qual é a posição da Casa.
Com relação aos
ônibus, acho que está muito certo; com relação aos outros movimentos, também,
mas, com relação à greve do funcionalismo, não, não, não; temos pensamento
diverso!
Essa, para mim, é uma
manobra muito mais...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
O SR. LUIZ BRAZ: Eu agradeço a V. Exª
ter me dado mais um minuto. Eu vejo isso, minha querida amiga Sofia Cavedon,
muito mais como uma manobra com relação à eleição do ano que vem do que, na
verdade, como qualquer manifestação que possa simbolizar aquilo que pensam as
diversas Bancadas desta Câmara. Sei que há algumas Bancadas e alguns Vereadores
que pensam como V. Exª, mas dou-lhe certeza de que não foi a totalidade dos Vereadores
que foi representada por sua fala e por suas ações naquele momento. Então, eu
queria fazer esse registro em nome da minha Bancada, o PSDB, com todo o
respeito que V. Exª merece, exatamente querendo fortalecer as posições da
Câmara.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MAURO PINHEIRO: Srª Presidente, Verª
Sofia, eu só quero fazer um registro: Ver. Luiz Braz, o senhor está coberto de
razão; a Verª Sofia representa toda a Casa, mas tenho certeza de que a Srª
Presidente não falou no intuito de se incorporar à greve, e sim no de colocar
esta Casa à disposição dos grevistas, dizendo que ela poderia ajudar como
interlocutora da Casa como um todo, para fazer a mediação junto à Prefeitura de
Porto Alegre, tendo em vista que, naquele momento, havia uma certa dificuldade
de interlocução entre os grevistas e a Prefeitura. Na minha opinião, foi esse o
intuito da Vereadora, e não o de se colocar dentro da greve. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está feito o
registro, Ver. Mauro Pinheiro.
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Prezada Presidente
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; público que nos
assiste neste período de Comunicação de Líder do PSOL, falo em meu nome e no
nome da Verª Fernanda Melchionna. Eu tenho muito respeito, Ver. Luiz Braz,
pelas colocações que V. Exª sempre faz, há tantos e tantos anos Vereador na
Casa, com mandatos sucessivos, elogiados, mas quero dizer que divirjo de V. Exª
na interpretação que dá à função administrativa que exerce a Verª Sofia Cavedon
na presidência da Casa: é um direito que tem a militante ou a Vereadora de
comparecer em determinado ato.
Por que eu falo isso
neste momento? Porque eu estive com a Verª Sofia Cavedon junto aos
municipários, e ela, quando falou com os municipários, não falou pela Câmara
Municipal. Ela não falou pela Câmara Municipal! Não é possível, Ver. Idenir
Cecchim, e isso eu falaria em relação ao Ver. Sebastião Melo, do PMDB, de V.
Exª, em relação ao Ver. João Dib que presidiu a Casa. O Vereador que preside a
Casa e realiza, exerce essa função administrativa da presidência não deixa de
ser Vereador, não deixa de ter um Partido político, não deixa de ter suas
posições. Nós não teríamos como cobrar, por exemplo, de um Vereador ou de um
Deputado, enfim, que comparecesse a uma convenção do seu Partido político e
decidisse tal ou qual posição apenas pelo fato de ser Presidente da Casa,
eventualmente durante um ano, dois anos, enfim. Então eu divirjo
respeitosamente de V. Exª, porque nós não podemos cercear a esse nível a
atuação de qualquer Vereador. Aqui nem é uma questão de V. Exª, Verª Sofia
Cavedon, repito, eu diria em relação a qualquer um que estivesse representando
a Casa do ponto de vista interno, administrativo, mantendo a sua capacidade,
aquele mandato conquistado nas urnas com a sociedade porto-alegrense, de
continuar sendo o militante político que sempre foi. Eu nem refiro à
circunstância particular, singular de que a Verª Sofia Cavedon é municipária, é
uma professora do Município, foi Vice-Presidente do Simpa, então tem uma
vinculação, mas eu nem estou considerando esse fato. Eu imagino, por exemplo,
se fosse o Ver. Dr. Raul ou se fosse eu o Presidente, e nós tivéssemos que
comparecer a algum ato. Ora, nós não perdemos o nosso mandato, nós não perdemos
a nossa história militante, seja a coloração partidária ou ideológica que
tivermos, pelo fato de administrarmos a Casa na presidência. Evidentemente,
repito mais uma vez, respeito a posição do Ver. Luiz Braz, porque respeito V.
Exª, mas divirjo na interpretação do exercício da presidência, que não é esse.
O comparecimento da Verª Sofia Cavedon em algum ato, seja ele um ato com o qual
eu concorde, como esse; seja em algum com o qual eu discorde... Vou dar um
exemplo. Nós somos oposição ao PT - o PSOL é oposição ao PT -; questionamos,
queríamos a CPI dos Pardais no Governo do Estado; estamos agora com um ato do
PSOL programado - o “Fora, Palocci” -, entendemos como impossível a permanência
desse Ministro no Governo Federal. Impossível, pelos escândalos financeiros,
por tudo. Agora, se num ato do PT, vai a Verª Sofia Cavedon - estou apenas
imaginando - com uma posição divergente da nossa, eu vou divergir da Verª Sofia
Cavedon, mas não pelo fato de ela ser Presidente e estar naquele ato - não por
isso! -, e sim porque somos, eu e a Verª Fernanda Melchionna, oposição ao PT,
questionamos várias e várias ações políticas do PT, e a Verª Sofia Cavedon é do
PT! Então, questionaríamos a Verª Sofia Cavedon ou a sua posição política, mas
não o fato de ela comparecer ao ato do qual eu discordo. Vossa Excelência não
precisa, evidentemente, apoiar a greve dos municipários e tem absoluto direito,
inquestionável, de ter outra posição. Nós, a Verª Sofia Cavedon, a Verª
Fernanda Melchionna, a Verª Celeste, este Vereador, o Ver. Todeschini, tantos
que eu encontrei, Ver. Cecchim, naquele ato, apoiamos, sim, a greve dos
municipários.
Eu peço aqui a mesma tolerância que foi dada ao
Ver. Luiz Braz, até um pouco menos, pois já vou concluir, para dizer que realmente
é uma posição divergente àquela que, do apoio aos municipários, é combatida
pelo Governo Municipal, que tem suas razões, mas eu divirjo, questiono cada uma
delas. Eu vim a esta tribuna, Verª Sofia Cavedon, sem combinar com Vossa
Excelência, porque eu não sabia do pronunciamento do Ver. Luiz Braz. O meu
tempo hoje aqui, inclusive, era outro; era para falar, a Verª Fernanda sabe,
sobre o 4º Distrito, que visitamos - eu, o Ver. Reginaldo Pujol, a Ver. Celeste
e o Ver. Mauro Zacher - hoje pela manhã, mas, neste momento, sinto-me na
obrigação de dizer que a Presidente da Casa, ou o Presidente, seja quem for,
não perde o seu direito de ser um militante político-partidário e, acima de
tudo, de ser um Vereador ou uma Vereadora que cumpra com as suas obrigações e
tenha direito a ter suas opiniões políticas em relação ao conjunto do movimento
social. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Ver. Pedro Ruas, pela sua
manifestação. Eu penso exatamente assim, mas respeito a contrariedade do Ver.
Luiz Braz. Quero pedir licença, inclusive, para dizer a V. Exas que
muitas greves coordenei, dirigi a categoria, não posso deixar de ser solidária.
Sou, fui, serei e me aposentarei como Professora Municipal, e acho que a categoria
tem direito legítimo de fazer greve e precisa muito, num momento dramático como
este, do apoio desta Casa, assim como do Executivo, para encontrar uma
mediação, uma saída para um momento tão crucial para eles e para a cidade de
Porto Alegre.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Srª Presidente; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores; senhoras e senhores, hoje, pela manhã, estivemos visitando a
PUC, e comigo estiveram os Vereadores Tarciso Flecha Negra, o Oliboni e o
Paulinho Rubem Berta. Tivemos dois momentos na PUC. No primeiro, conversamos
com a Direção do Tecnopuc, quando fez uma exposição sobre o que lá existe e
colocou à disposição aquela estrutura para apoiar a realização da Copa do Mundo
2014. Como Presidente da Comissão, quero dizer, e nós sabemos, que, para a
realização da Copa, a FIFA exige dois tipos de campos de treinamento; um desses
campos eles chamam de CTS, que seria o Centro de Treinamento das Seleções, que
devem ficar próximos de onde estiver sediada cada Seleção, e essa escolha cabe
a cada Seleção de cada País, como, por exemplo, Itália, Alemanha, França. Os
países que aqui virão escolherão onde ficarão hospedados. E o outro tipo de
campo de treinamento é o COTS, que é o Campo Oficial de Treinamento das
Seleções, meu caro Ver. Pujol, que deve estar à disposição em Porto Alegre para
os treinamentos das Seleções que se dirigirem a Porto Alegre e que jogarem, por
exemplo, amanhã ou depois. A PUC está preparada, tem todas as condições e quer
ser um dos centros de treinamento, meu caro Ver. Oliboni. Aliás, depois,
conversando rapidamente com o Ver. Tarciso, que esteve numa copa como atleta,
perguntei-lhe o que ele achava, e ele disse: “Se a PUC não for, quem será que
tem as condições para ser uma dessas instituições?”
Então, repito: certamente um dos campos, um dos
espaços dos nossos treinamentos em Porto Alegre está pronto. Conversando com a
Direção da Faculdade de Educação Física, lá nós temos o melhor centro instalado
de Educação Física da América Latina. Por exemplo, o caderno de encargo da FIFA
exige campo para uso exclusivo, a PUC tem com as metragens exigidas - 105x68 -;
equipamento de treinamento, a PUC tem; conforto aos torcedores com 2.000
assentos, a PUC tem 2.200; vestiário com equipamentos conforme definidos pela
FIFA, a PUC tem; o vestiário deve ter no mínimo cem metros quadrados, a PUC
atende; ambulatório, a PUC tem o ambulatório e o hospital ao lado;
infraestrutura de comunicação, holofotes com 1.500 lux, também tem; equipamento
de ar, wireless, etc., temos. Então
nós temos garantido, hoje, meu caro Ver. Oliboni, certamente a Arena do Grêmio
e certamente a PUC. E iremos visitar a Arena do Grêmio brevemente.
Como se exigem no máximo três desses tipos de
campos, Porto Alegre dá uma caminhada importante, porque dois nós já temos
assegurados. E quero aqui registrar, em meu nome, em nome daqueles que
estiveram na PUC e em nome dos Vereadores de Porto Alegre, a nossa saudação e
parabenizar aquela Faculdade, que quer, pretende e se coloca à disposição para
estar lá...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Quero cumprimentar o Ver. Carlos Todeschini pelo
seu aniversário hoje. Receba o abraço de toda esta Casa.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Ver.
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores; meu caro Ver. Mauro Pinheiro, hoje eu vou me dirigir ao Ver.
Mauro Pinheiro. Não há, regimentalmente, esse tempo que ele utilizou para fazer
a defesa da Presidente. No meu entendimento, Presidente preside sempre e não
pode se despir da faixa da presidência para tomar qualquer atitude diferente
daquela que seria do Presidente.
Mas eu quero dizer
que, em relação à Praça da Juventude, toda a documentação está aqui para
mostrar que não é assim como diz o Ver. Mauro Pinheiro.
A Prefeitura fez
Projeto e vai executá-lo, mas o Governo Federal não quis ampliar os recursos,
e, portanto, não saiu o Projeto da forma que eles queriam. Inclusive a
Prefeitura, porque encontrava dificuldades na área escolhida pelo Governo
Federal, iria fazer no Mato Sampaio; estava escolhido, já falou com a
coletividade; não pode criar problemas para a coletividade, e isso é uma coisa
que tem de ser considerada. De qualquer forma, a Prefeitura não perdeu essa
oportunidade, vai fazer o projeto. E aqui está o projeto. (Mostra documentos.)
Vossa Excelência pode ver depois. Está aqui o projeto, inclusive com maquete,
com maquete inclusive.
(Aparte
antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.).
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu ouvi com tanta
atenção, eu não aparteei, porque, regimentalmente, não se deve fazê-lo. Eu sou
um fiel cumpridor do Regimento.
(Aparte antirregimental
do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Estou dizendo que o
Governo Federal não quis fazer a suplementação. Aqui tem cópia até do ofício
que foi encaminhado ao Governo Federal.
E na área escolhida,
havia uma série de problemas. A Prefeitura vai fazer, sim, sem dúvida nenhuma,
mas V. Exa poderá compulsar estes dados aqui, e depois voltar a
dizer que está errado.
Por outro lado, o
Pronto-Socorro não perdeu um centavo dos tais dos 7 milhões. Já havia usado 2
milhões, e, num novo projeto, que custou 13 milhões, a Prefeitura usou os 5
milhões restantes e mais 8 milhões, para dar continuidade ao projeto que o
Pronto-Socorro tinha. O Pronto-Socorro não perdeu um centavo! Agora, eu acho
que a Prefeitura tem perdido, todas as Prefeituras do País
têm perdido o dinheiro que o Lula, Doutor
Honoris Causa, lá pela
Universidade de Coimbra, não permitiu que fosse distribuído para o País. Agora,
este ano, talvez, façam a regulamentação da Emenda Complementar nº 29, que é do
ano de 2000, e duas vezes o Governo Federal impediu a votação. Eu espero que a
Presidenta Dilma, agora, não impeça a votação e que o Brasil receba recursos
para a Saúde, porque, se hoje utiliza 4% do Orçamento da República para a
Saúde, no País todo, com a regulamentação da Emenda terá que usar 10%, e aí eu
acho que o País terá melhores condições de Saúde.
Por isso, Ver. Mauro
Pinheiro, regimento é regimento; presidência é presidência e documentos são
documentos, que estão à disposição de Vossa Excelência. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Vereadora Presidente
da Casa, Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pretendo, aqui, no curto espaço de tempo, analisar a
manifestação trazida pelo Ver. Luiz Braz, para dizer que se trata de uma
manifestação extremamente pedagógica do ponto de vista, Srª Presidente, da
Magistratura, que deve ter aquele que, em circunstâncias, estas ou aquelas,
carrega a representação de um determinado coletivo, principalmente de um
coletivo político, onde pululam as divergências, onde as contradições são da
natureza do próprio coletivo. Nas palavras trazidas, adequadas e respeitosas,
pelo Ver. Luiz Braz, ele colocou exatamente, sem outro propósito, senão o de se
restaurar o princípio da Magistratura, que deve ter o Presidente ou a
Presidente da Casa em diversas oportunidades, Presidente.
Temos tentado aí, de
certa forma, colaborar. Vossa Excelência, pelo talento, pela disposição de
luta, faz exatamente a confusão na representação.
Então, não se trata
de uma crítica; trata-se de uma colaboração que estamos fazendo aqui, que fez
aqui, com muita seriedade e responsabilidade, o Ver. Luiz Braz, na medida em
que a senhora carrega os ônus e os bônus da representação. E, no conflito, pela
Magistratura, aquele que representa tem que ter a necessária cautela.
Não faz muito - e
aqui não estou falando com outro propósito -, Vossa Excelência dirigiu-se ao
Ministério Público, e não diria que como auxiliar de um Partido político,
absolutamente não, mas são coisas que temos que consertar fora e dentro da
Casa, para auxiliá-la.
Por isso acho que a
colocação do Ver. Luiz Braz é extremamente pedagógica, importante para que se
preserve a importância que Vossa Excelência tem, e Vossa Excelência tem
importância, é a Presidente da Casa. Vossa Excelência, quando fala e anda, está
representando todos nós numa questão extremamente polêmica.
Então, a fala trazida
pelo Ver. Luiz Braz é altamente responsável e deve, inquestionavelmente, servir
como balizamento. Não é uma crítica rebaixada, absolutamente não, mas é uma
visão que se tem da Presidência da Câmara nas relações com as questões e os
problemas que envolvem a representação. Portanto, eu encaro isso até como um
elemento que incorpora na ação da Casa um fator altamente positivo. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu até ia falar alguma coisa sobre a participação da
Presidente na Câmara de Vereadores, mas, em homenagem aos pronunciamentos do
Ver. Luiz Braz e do Ver. Elói Guimarães, não preciso falar sobre o assunto.
Ver. João Dib, deixei
ligado o netbook, quando vi uma coisa
mais urgente - eu até levei um susto -, dizendo que o Delcídio fica com cinco e
o Ari com cinco. Assistam ao diálogo. O Delcídio citado aqui é o Senador do PT
do Mato Grosso do Sul. Olha, sinceramente, levei um susto. Aí fui escutando
mais o diálogo gravado pela Polícia Federal sobre uma obra no valor de 35
milhões, sobre a qual eles estão combinando, na medição, quanto é que ganha
cada um.
É uma coisa
impressionante! Eu fico até...Olha, os Vereadores da Bancada do PT são
corajosos e sérios. Eu até nem queria mais falar sobre esse assunto, porque
parece que se está tripudiando. Nós temos, nos nossos Partidos, os nossos
“Jader Barbalho”, os nossos “Maluf”, mas no PT, parecia que não havia ninguém,
que todos eram santos. Agora, vemos o Maluf, o Sarney, o Lula, todos defendendo
o Palocci, eu não preciso falar nada. O Brasil ouve, vê e faz o seu julgamento.
(Aparte
antirregimental do Ver. Engenheiro Comassetto.)
O SR. IDENIR CECCHIM: O senhor pode olhar
no vídeo do site do Terra, a Polícia
Federal explica tudo, explica tudo! Mas isso não é do Governo, é do seu
Partido, do seu Senador, da influência que esse Senador tem no Governo Federal, que é um bando de desvio do dinheiro público,
Ver. Comassetto! Já que o senhor está provocando, eu tenho que lhe dizer: é só
procurar em Brasília, que o senhor acha um em cada lugar.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Foi muito bom eu ter
levantado esse assunto, Ver. Bernardino! Ver. Mario Fraga, eu consegui ver o
Ver. Comassetto agitado, agitado! É um Vereador sério, toda a Bancada do PT
aqui é séria, são pessoas honestas, mas, lá em Brasília, a coisa está triste. A
coisa está triste! Não dá para se ater a quem está aqui. Eu fico olhando para o
Ver. Mauro Pinheiro, Ver. João Dib, que está ficando cada vez mais rápido,
competente, usando o tempo, mas o Ver. Mauro Pinheiro precisa tomar um tempinho
para começar a fazer o acompanhamento dos noticiários nacionais. Ele é muito
trabalhador, eu acho que ele não está conseguindo ler essas notícias, porque é
minuto a minuto! Antigamente, se olhava minuto a minuto para acompanhar um jogo
de futebol; agora, a gente tem que acompanhar minuto a minuto para ver o que
estão roubando! A cada minuto, é um roubo novo! Mas não é possível! Não é
possível! O povo brasileiro precisa ter muita paciência, Ver. Luiz Braz.
Precisa ter muita paciência. Nós temos muita paciência. E eu quero dizer que
tenho uma solidariedade enorme pela nossa Bancada do PT aqui, que é muito
séria, que trabalha, que quer ajudar a cidade de Porto Alegre. Nós também
queremos, todos nós queremos ajudar, mas, assim, começa a ficar difícil,
porque, se vier para a tribuna para contestar, perde o seu tempo de criticar a
Prefeitura; fazer proposição nova é capaz de custar muito, igual a esse
dinheiro da Vila Bom Jesus. O Lula queria inaugurar, assistindo a uma partida
de futebol, mas, para fazer essa obra, nesse local, Ver. João Dib, tinha que
tirar quase 50 casas de moradores! Vem cá, mas o Lula queria jogar em cima
daquela quadra? Aí, demorou um ano para achar um outro lugar. Aí faltou
dinheiro! Quando se fazem os cálculos lá em Brasília, quando é para executar no
Município, o cobertor é curto; quando é para eles, é excessivo. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero, Ver. Luiz
Braz, dizer a V. Exª que não consigo, de modo algum, desvincular a pessoa do Presidente da Câmara do seu mandato
popular, não consigo. Eu acho que isso é quase impossível, é um liame muito
difícil de estabelecer, e eu levo muito a sério essa hierarquia. O Ver. Dib,
que é o Líder do Governo na Casa, sabe bem disso, porque ele foi eleito
Presidente da Casa, com toda a justiça, numa composição que aqui se armou. Eu
fui derrotado na ocasião, e ele é a melhor testemunha de que, durante todo o
período em que ele foi Presidente, eu fui o seu mais fiel aliado, porque
reconheço a autoridade. A Presidente é a Presidente. Tanto é Presidente,
Vereadora, que, com esse meu sentido de reconhecimento de hierarquia, eu quero
informar a Casa que recebi de V. Exª uma convocação datada do dia 24/05/2011,
em que eu sou convidado (Lê.): “...a participar de atividade de reconhecimento
ao Delta Jacuí, que compreende todas as Ilhas, abrangendo os Municípios de
Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Santa Rita, pois entendemos que este espaço
deverá transformar-se em Patrimônio da Humanidade junto à ONU. Para tanto
[prossegue o convite], faz-se necessário, dentre outras ações, o reconhecimento
da potencialização do Delta como espaço turístico e de sustentabilidade
ambiental, proporcionando moradias e acesso aos serviços básicos à população
das Ilhas, que têm um grande número de pessoas vivendo em situação de
vulnerabilidade social. Atividade: Visitação in loco através de transporte náutico - Barco Caribe 1 -,
capacidade para 98 passageiros e 3 tripulantes a bordo. Data: 02 de junho de
2011 - quinta-feira. Horário: 8h30 (embarque) - 12h30 (desembarque). Local - Usina do
Gasômetro. Custo - R$ 20,00 por passageiro não incluindo consumo de bebidas e
lanches. OBS - em caso de chuva, o evento será cancelado. Solicitamos a
confirmação de sua presença até o próximo dia 30 de maio, respondendo a este e-mail ou através do ramal 4396 com
Rosana Bona.”
Por que eu informo isso, Ver. Braz? Porque eu venho
sustentando, há mais tempo, que, aqui na Casa, nós temos deixado de hierarquizar
as nossas tarefas e, mais do que isso, estamos, com frequência, incidindo na
dupla realização de atividades que, por si só, merecem o nosso respeito. Poucos
sabem, mas uma das minhas primeiras atividades, ainda acadêmico, foi ser
auxiliar do antigo serviço de transporte do carvão, que era uma atividade que
mantinha o Estaleiro Mabilde, aqui em Porto Alegre. E, na ocasião, eu fiz forte
vinculação com os ilhéus. O meu tempo está se esgotando, e eu estou, Ver. Braz,
informando a V. Exª que estou entrando com um Requerimento, para amanhã ser
analisado, solicitando que, no dia 2 de junho, quinta-feira, nós suspendamos os
trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, porque eu não quero ser omisso,
deixando de atender ao convite da Presidente da Casa nesse ato significativo
que envolve, inclusive, o reconhecimento do Delta do Jacuí como Patrimônio da
Humanidade. E não posso também me furtar a estar com V. Exª, que preside uma
CPI, da qual eu sou o Relator. Eu não tenho o dom da ubiquidade, o poder de estar
em dois lugares ao mesmo tempo. Então, Vereador, estou na tribuna lisamente,
informando essa situação. Eu estou vivendo, há dias, esse drama de estar em
dois ou três lugares ao mesmo tempo, porque as coisas se sobrepõem na Casa.
Vossa Excelência, como Presidente da CPI, está informado, e a Presidência da
Casa também está informada. Haverei de tomar, até segunda-feira, a decisão de
confirmar esse compromisso, não quero fraudá-lo e, ao mesmo tempo, eu digo a V.
Exª que é impossível nos reunirmos na próxima quinta-feira, no mínimo, com a
minha presença.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. LUIZ
BRAZ (Requerimento): Srª Presidente, V. Exª sabe que, no final do ano
passado, quando nós instalamos essa CPI, isso aconteceu exatamente pela vontade
de todos os Vereadores desta Casa. Nós estamos praticamente chegando ao final
do trabalho, mas ainda temos oitivas a serem feitas. Se nós tivermos a CPI
esvaziada, pois todos os Vereadores foram convidados - é a segunda vez que isso
acontece - para um compromisso que sei que também é muito importante, com
certeza, teremos o quórum da CPI comprometido. Então, eu pediria que V. Exª,
que preside tão bem esta Casa, reafirmo, por favor, resolvesse esse problema,
que é um problema grande. Se nós comprometermos o final dessa CPI, estaremos
comprometendo não apenas este Vereador, que é o Presidente da CPI, mas a Casa,
é a visão da população sobre a Casa. Então, peço, por favor, que V. Exª ou
troque a data dessa visita, que é importante para todos, porque todos querem
conhecer os problemas do Delta do Jacuí, ou ofereça uma solução para que nós
que queremos levar até o final essa CPI e apresentar uma solução para a Mesa da
Câmara e para a sociedade possamos levar avante o nosso trabalho.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Luiz Braz, eu sugiro a V. Exª que faça uma
proposição de outro horário para a realização da CPI nesta quinta-feira,
porque, neste momento, eu não vou poder interromper essa atividade, pois é da
Semana do Meio Ambiente, é um movimento dos cidadãos. Infelizmente, coincidiu,
mas, se colocarmos na terça, há outras coisas; na quarta, também. Nós temos
muitas atividades, a Casa está muito bem, e nós temos que nos dividir, Ver.
Luiz Braz, eu não tenho como garantir que nós tenhamos uma atividade só a cada
momento. De fato, eu lamento, porque acho que o trabalho da CPI está muito bem.
Hoje ainda me perguntaram na coletiva que dei na Federasul para a imprensa. E
eu elogiei o trabalho CPI, dizendo que o trabalho está sério, não é uma CPI de
exploração política, é uma CPI investigativa. Acho que a Casa está indo muito
bem. Então, faço um apelo a V. Exª e aos representantes que, nesta próxima
quinta-feira... Temos a Semana do Meio Ambiente, discutida com uma comissão de
Vereadores, são várias atividades. Inclusive, na segunda-feira, distribuí a
programação a V. Exas na reunião de Mesa e Lideranças. Faço esse
apelo, lamentando que, neste momento, houve colisão; mas a Presidência não
chamou nenhuma outra atividade no lugar da CPI. Agora, as
Comissões têm uma série de atividades nesse momento. Eu lhe peço que pense,
talvez, em transferir para sexta-feira, excepcionalmente, e nós movimentamos a
TVCâmara, porque garantimos sempre transmissão ao vivo das atividades da CPI,
tão importante que a considero. Obrigada, Ver. Luiz Braz.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, saúdo, em especial, a nossa Liderança de Bancada, Ver.
Mauro Pinheiro; Vereadores do PSOL, Verª Fernanda e Ver. Pedro Ruas; Ver. Airto
Ferronato. Eu venho hoje fazer esta manifestação em nome da Bancada de
oposição, porque é inaceitável que estejam acontecendo coisas no Município de
Porto Alegre, na Prefeitura, como estamos vendo.
Em primeiro lugar,
sobre a greve. A greve é um direito livre de manifestação dos trabalhadores de
pressionar, de reivindicar, de conquistar direitos. Ontem, Ver. Fernanda, foi
vista a Direção-Geral do DMAE contratando guarda privada para ameaçar e coagir
grevistas. Isso nunca aconteceu na história, e isso é repudiante! Reivindicar e
lutar por direitos sempre foi uma prerrogativa e sempre foi uma expressão dos
trabalhadores no mundo democrático, e é assim que queremos, é preservar o
direito à livre negociação, à pressão, porque ela é legitima, porque atende à
lei e à Constituição. Está tudo previsto; portanto, é um direito legítimo dos
mais legítimos dos trabalhadores fazer a greve para buscar os seus direitos.
Em segundo lugar, é
inaceitável se perder dinheiro - dinheiro público! -, dinheiro a fundo perdido,
Verª Fernanda! Aqui não somos nós, da oposição, que estamos dizendo; quem disse
que o dinheiro foi perdido foi a Srª Izabel Christina Cotta Matte, Coordenadora
do Gabinete de Planejamento Estratégico; parece que é uma assessora do
ex-Secretário Clóvis Magalhães, do Gabinete do Prefeito. Ela disse que a
Prefeitura admitiu que a verba foi perdida, e foi perdida porque não quis se
adequar às diretrizes e às normas do projeto diante do recurso disponibilizado
pelo Governo Federal de R$ 1.467.000,00. O Governo poderia modificar o projeto,
desde que suplementasse com recursos próprios, mas não o fez, não se adequou e
isso culminou com a perda do recurso, de um contrato que foi assinado em 2009 e
que tinha dois anos para vigência. Agora, concluíram-se os dois anos e se
perdeu. Diferente de Canoas. Canoas assinou o contrato e, portanto, garantiu o
dinheiro. Mas, esse caso ...
(Aparte antirregimental do Ver. Professor Garcia.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: É o mesmo valor: R$ 1.500.000,00. Está aqui, com contrapartida de R$
200.000,00 da Prefeitura, o que Porto Alegre poderia ter feito, mas parece que
não houve vontade de fazer isso.
Em segundo lugar, perder dinheiro, Verª Maria
Celeste, não é uma prática só desse momento e desse caso da Praça da Juventude,
na Bom Jesus. A Prefeitura acaba de perder R$ 2.000.000,00 para obras de
saneamento, obras de drenagem! Cito a obra da Rua Buarque de Macedo, no 4º
Distrito, e a obra do Beco José Paris, na região onde habita a Verª Maria
Celeste. Perderam porque não conseguiram deslindar o processo licitatório.
Atrasaram, não tiveram atitude, não gerenciaram o processo e perderam o
recurso! Aí, vai-se, então, não R$ 1.500.000,00 da Praça da Juventude, mas R$
3.000.000,00 perdidos por falta de gestão, por falta de competência e por falta
de atitude do Governo!
Vejo que o Prefeito está muito mal, porque está
mal-assessorado; porque os Secretários sabotam; porque os funcionários que
estão subordinados a esses Secretários não têm responsabilidade e continuam a
sabotar o Governo! Esse é o problema, porque perder recursos públicos é
inaceitável, Ver. Oliboni, em qualquer situação! Não se tem notícia de que isso
tenha ocorrido antes, mas se perdeu dinheiro na época do Fogaça, do QualiSUS;
se negou dinheiro para a reforma do Araújo Vianna, na Redenção, e se continua a
perder recursos. Isso é inaceitável ...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h39min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1542/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/11, de autoria do Ver. Professor
Garcia, que concede o Troféu
Câmara Municipal de Porto Alegre à Paróquia Santo Antônio do Partenon.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ e CECE.
Relator-Geral Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 25-05-11.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PR nº 013/11. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.)
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
encaminhar a votação do PR nº 013/11.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, eu queria parabenizar a iniciativa do meu colega Ver.
Garcia, que valoriza uma das nossas paróquias aqui em Porto Alegre, a Santo
Antônio, e observamos que o Troféu que o Ver. Garcia está oferecendo deve, sim,
ser valorizado, votado favoravelmente por todos os nossos colegas Vereadores,
porque percebemos que muitos cidadãos hoje não só percebem que a Igreja merece
muitos prêmios pela sua ação evangelizadora, mas, mais precisamente, porque,
aqui em Porto Alegre, a Igreja Santo Antônio, que fica na Região Leste, tem um
trabalho e uma ação fundamental com os nossos colegas Vereadores, inclusive tem
sido protagonista de muitas ações aqui, na nossa Cidade, e tem convidado a
maioria da Casa para participar delas. Por isso, quero parabenizar o meu colega
Ver. Garcia.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do PR nº 013/11, como autor.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, primeiro, a Paróquia Santo Antônio do
Partenon, é por demais reconhecida não só na Cidade, no Estado, mas em todo o
Brasil; é um lugar que hoje é frequentado de forma histórica, pelo seu acervo.
E, neste ano, a Paróquia Santo Antônio está comemorando cem anos de atividade,
e este Vereador, por ter morado mais de 30 anos naquela comunidade, por ter
frequentado os movimentos dentro da própria Paróquia, como os Encontros de
Casais com Cristo, os Encontros da Juventude Cristã, dentro das diversas
pastorais, estou propondo este Título, este Prêmio, que é o maior Prêmio da
Casa, porque entendemos ser um belo reconhecimento daquilo que a Paróquia Santo
Antônio do Partenon tem realizado, ao longo desses cem anos, em prol da
comunidade porto-alegrense, em prol da comunidade gaúcha.
Por isso, venho solicitar aos meus Pares a
aprovação, e gostaria que este Projeto fosse aprovado por unanimidade, Ver.
João Dib. Ao mesmo tempo, eu também gostaria de convidá-los para que nós
pudéssemos entregá-lo na própria Paróquia Santo Antônio para que a comunidade
lá recepcionasse os Vereadores, que nós pudéssemos agradecer, mas também ser
agradecidos, porque a comunidade do bairro Santo Antônio reconhece o trabalho
que os Vereadores têm realizado ao longo de toda a sua história. Por isso,
agradeço antecipadamente o voto de cada Vereador e Vereadora. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
encaminhar a votação do PR nº 013/11.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores e Vereadoras, Ver.
Professor Garcia, inicialmente, meus cumprimentos pela iniciativa. Dizia V.
Exª, quando descia da tribuna, que se faz imprescindível o convite ao nosso
Padre Irineu Costella.
A comenda, o Troféu é muito importante à Paróquia
Santo Antônio pelo seu conjunto, pelo verdadeiro coletivo, que tem um papel
extremamente importante na vida da comunidade.
Já dissemos, aqui, invariavelmente, que o Padre é o
líder da comunidade. Ele está permanentemente à disposição da comunidade não só
para as questões do espírito, da alma, mas também para as questões sociais,
Ver. Reginaldo Pujol. O papel das paróquias para as comunidades é extremamente
importante.
Então, quando se concede o Troféu à Paróquia é
motivo de se fazer o registro pela importância disso, pelo significado. Além do
mais, essa é uma paróquia que mantém com a Casa uma relação histórica, trazendo
os pães da Igreja de Santo Antônio, anualmente, a esta Casa para uma
confraternização espiritual e mística.
Então, é importante, sim, a comenda, o Troféu, que
a Câmara Municipal de Porto Alegre, através do Professor Garcia, entrega à
Paróquia, entrega à comunidade, entrega àquele setor importante do Partenon da
cidade de Porto Alegre.
Portanto, a nossa homenagem à Paróquia e, evidentemente,
Ver. Garcia, a aprovação desta matéria será por unanimidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o PR nº 013/11. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 030/11 –
(Proc. nº 1959/11 – Mesa Diretora) – requer
a realização de Sessão Solene, no dia 14 de junho, às 15 horas, destinada a
assinalar o transcurso do 125º aniversário do Colégio Farroupilha.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o Requerimento nº 030/11. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO NOMINAL
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
1º TURNO
PROC.
Nº 1387/10 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/10, de autoria da
Mesa Diretora, que altera o inc. IV do art. 68 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, dispondo sobre a licença-gestante de vereadoras.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Pedro
Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo
Marques: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Adeli
Sell: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Dr.
Raul Torelly: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos – art. 130 do
Regimento da CMPA;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o PELO nº 002/10. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PELO nº 002/10.
(Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
PELO nº 002/10.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, esta matéria é pacífica na Casa, todos nós queremos aprová-la.
Temos que ter cuidado, e eu vim à tribuna para que as Lideranças levantem e nos
assegurem que nós temos, na Casa, hoje, o quórum necessário para a sua
aprovação, porque, necessariamente, nós teremos que ter votação nominal. É
exigência. E, como se trata de Emenda à Lei Orgânica, o quórum é qualificado.
Evidentemente, se eu receber uma sinalização dos colegas, imediatamente desço
da tribuna para votar, mas eu peço que cogitem isso, porque, se for o caso,
providencia-se um adiamento desta matéria, porque ela precisa de 24 votos; é
uma matéria que, repito, ninguém tem nada contra, é pacífica. Só que agora,
quase 5 horas da tarde, depois de inúmeras discussões, nós vamos enfrentar a
matéria, e eu não vejo 24 Vereadores no Plenário, no presente momento.
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. REGINALDO
PUJOL: Com certeza, diz o Ver. Todeschini. Estou encaminhando, senão lhe daria
um aparte com prazer, Ver. Engenheiro Comassetto. Vereador-Presidente, a minha
presença na tribuna é uma colaboração que faço para bom andamento desta
matéria, porque aprová-la no dia de hoje, oferecer os 24 votos, não decide a
matéria; ela terá que voltar outro dia para merecer, na segunda votação, a
aprovação definitiva. Só que, se ela não tiver, hoje, os 24 votos, não haverá a
segunda votação. Ela morre. É um assunto que eu esperava que a Mesa tivesse
negociado melhor. Se a Presidente estiver na Casa, que venha aqui para presidir
a votação; os Vereadores que eventualmente estiveram na Casa, pois precisamos
ter 24 votos para apoiar a proposta da Mesa, que já tramitou por todas as
Comissões e que tem todos os pareceres favoráveis.
Então, Sr. Presidente, eu ainda tenho dois minutos
para falar, mas eu quero que, nesses dois minutos, haja quórum ou que, se não
houver, que se adie essa votação, sob pena de nós nos vermos numa situação sem
saída. Está aqui o esforço que eu estou fazendo, a minha voz nem me permite
exagerar nesse sentido, mas contribuo, Ver. Idenir Cecchim, sei que V. Exª tem
grande preocupação com o destino dessa proposta da Mesa. E, cá para nós,
pegaria muito mal a Mesa propor esse assunto, que está na atualidade, com o
objetivo de dar o bom exemplo para que outros sigam a nossa iniciativa de
dilatar o período de licença-maternidade, e agora, numa quarta-feira, dia de
votação, não haver gente para votar. Eis que agora surge um voto muito forte,
muito competente, que vai melhorar o quórum. A Bancada do Partido da Social
Democracia Brasileira se encontra integralmente no momento.
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Ver. Todeschini, veja bem, está o Ver. Elói
Guimarães, que eu sei que vai pronunciar um inflamado encaminhamento agora, e a
Casa toda está ansiosa para ouvi-lo. Vossa Excelência, que é um grande tribuno,
ao contrário de nós, que apenas estamos aqui cumprindo uma tarefa sem muito
prazer até, porque é lamentável que estejamos vivendo essa situação. Tempo
esgotado, Sr. Presidente, concluí.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Como neste momento há quórum, procederemos à
votação do Projeto.
Em votação nominal o PELO nº 002/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador-Presidente, eu sei
que é um tanto quanto antirregimental, mas o registro precisa ser feito. Foi
aprovada a licença-maternidade de 180 dias, mas o inc. V, que se refere à
licença para adoção, quando o adotado possuir até nove meses de idade, deveria
também passar para 180 dias, e não foi alterado.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Ver. João Antonio, está
registrada a sua manifestação.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Vereador-Presidente, Toni
Proença, assim como a licença-maternidade, a licença-paternidade também deveria
acompanhar esse processo. Só quero fazer este registro.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Recolho o registro dos dois
Vereadores, do João Antonio Dib e do Dr. Thiago e encaminharei à Mesa os dois
assuntos.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 016/11 –
(Proc. nº 1259/11 – Verª Fernanda Melchionna e Ver. Pedro Ruas) – requer Moção de Repúdio ao relatório do Código
Florestal apresentado pelo Deputado Federal Aldo Rebelo.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o
Requerimento nº 016/11, de autoria do Ver. Pedro Ruas. (Pausa.) O Ver.
Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
016/11, como autor, que requer Moção de Repúdio ao Relatório do Código
Florestal apresentado pelo Deputado Federal Aldo Rebelo.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, público que nos assiste, o Requerimento é de autoria deste
Vereador e da Verª Fernanda Melchionna e diz respeito a algo que interessa a
toda a sociedade brasileira.
Nós tivemos, no dia de ontem, Ver. Todeschini, um
momento muito duro, muito difícil mesmo, Ver. Cecchim, para todos aqueles que,
como a maioria dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, valorizam o conceito
extremamente moderno e importante da Constituição Federal de 1988 sobre
propriedade. A propriedade, segundo a Constituição Federal, Ver. Beto Moesch,
precisa cumprir a sua finalidade social - ela não é absoluta, ela tem essa
restrição pela Constituição Federal -, e isso inclui a preservação do meio
ambiente, entre outros fatores.
Lamentavelmente, nós tivemos, no dia de ontem, no
Congresso Nacional, a aprovação do Relatório do Deputado Federal Aldo Rebelo, e
esse mesmo Relatório tinha inúmeras situações de desrespeito ambiental e, até
mesmo, casos de absoluto crime definido antes pelo Código Ambiental e pelo
próprio Código Penal. Dou um exemplo às Suas Excelências: a grilagem, a
apropriação de terra alheia com fins de lucro. Pelo Relatório aprovado ontem,
os delitos dessa natureza praticados, Ver. Cecchim, até julho de 2008, estão
anistiados. Mas por quê? Qual o sentido disso? Por que um novo Código Florestal
tem que ser inferior, deste ponto de vista, Ver. Elói Guimarães, àquele que o
fundador do Partido de V. Exa, o Presidente Getúlio Vargas, criou em
1934? O Código Florestal de 1934, que foi o primeiro, era mais avançado do que
o Relatório aprovado ontem. O Código comentado pela comissão de 1965 era mais
avançado do que o aprovado ontem. Ver. João Dib, qual o sentido, qual o
significado dessa anistia aos delitos de grilagem e delitos ambientais
cometidos até julho de 2008? Em que isso beneficia a sociedade? Esse é o pior
exemplo que pode haver. Então, de uma hora para outra, crimes que seriam até
mesmo inafiançáveis passam a ser anistiados. Do nosso ponto de vista, é
absolutamente legítimo e necessário que esta Casa se posicione contra isso,
manifeste o seu repúdio, porque nós não podemos ser também coniventes com
aquela série de equívocos, com aquela série de erros cometidos nos últimos dias
e, particularmente, na votação de ontem no Congresso Nacional.
Por isso,
nós encaminhamos como autores, eu e a Verª Fernanda Melchionna, contra aquela
votação e aprovação do Congresso Nacional e, por consequência, a favor da
presente Moção de Repúdio que elaboramos nesse sentido. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
encaminhar, a votação do Requerimento nº 016/11.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu já vim a esta tribuna várias vezes falar sobre a tentativa
de alteração do Código Florestal. Nós já havíamos aprovado uma Moção, Sr.
Presidente, aqui desta Casa, por unanimidade, solicitando o adiamento da
votação por uma questão muito simples: essa é uma matéria eminentemente
técnica, científica. Em 1934, Getúlio Vargas promulga o primeiro Código
Florestal Federal em cima de embasamento científico, única e exclusivamente
científico, Ver. Cecchim. Getúlio Vargas, em 1934, cria ali a reserva legal,
alguns estão dizendo que a reserva legal é algo novo. Não! A reserva legal foi
criada em 1934. Em 1934, era de 25% da propriedade; em 1965, passou a ser 20% -
como é até hoje na Região Sul -, em virtude do embasamento científico. E se
criaram as chamadas Áreas de Preservação Permanente também, proteção mínima de
vegetação em topos de morros, encostas e beira de recursos hídricos. Por quê?
Por uma questão ideológica do nacionalista Getúlio Vargas? Não. Por uma questão
científica. A natureza nos impõe regras. Nós não podemos construir um shopping center em cima do vulcão lá da
Islândia, não tem como, é uma questão da natureza! É isso. O que vai se fazer?
Muda-se a lei ou muda-se a natureza, Ver. Elói Guimarães? Nós estamos querendo
mudar a natureza, e isso é impossível! Aí nós vamos ter problemas gravíssimos
de clima, como os que assolam a produção agrícola do Rio Grande do Sul: foram
R$ 70 bilhões perdidos em lavouras do Rio Grande do Sul, de 1970 até hoje, em
virtude da seca. Portanto, o problema da produção agrícola se dá pela
degradação do meio ambiente e não pela preservação do meio ambiente, ou pior,
pela tentativa de preservação do meio ambiente, porque, Ver. João Dib, o que
menos se fez nesses anos todos foi conseguir aplicar a legislação ambiental. O
pouco que se consegue preservar - o pouco! - é em virtude da legislação
ambiental, principalmente o Código Florestal. Em 1965, na nova versão do Código
Florestal, o então Ministro da Agricultura... Veja, Ver.
João Antonio Dib, em 1965, já não é mais Getúlio Vargas. O regime militar
estava preocupado com a ecologia? Não, o Ministro da Agricultura, não o do Meio
Ambiente, porque não existia Ministério do Meio Ambiente na época. A Exposição
de Motivos do Código Florestal apresentado ao Congresso Nacional diz exatamente
que temos que legislar, normatizar, dialogando com a natureza, em virtude do
nosso desenvolvimento econômico. Parece que, no século XXI, o Brasil entra sem
saber mais disso.
O que o Congresso fez
ontem foi retroceder ao século XIX, e não ao século XX. Estamos retrocedendo!
Pela primeira vez na história deste País, a Câmara dos Deputados retrocede no
quesito ambiental, e isso é inadmissível! Cabe, sim, a esta Casa se manifestar,
porque, assim como se consolida a produção de lavouras em topos de morro,
consolidam-se casas irregulares nos nossos topos de morro na Cidade, sim,
porque está-se legislando para o território do Brasil, e não só para o campo.
Anistia até 2008?
Sim! Os loteamentos clandestinos autuados e multados em Porto Alegre serão,
sim, beneficiados até 2008, porque isso beneficia o campo - beneficia entre
aspas - e a Cidade. A mineração irregular dos territórios idem.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/11.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, escutei atentamente os dois discursos,
o do Ver. Pedro Ruas, que é o proponente do Requerimento; e o do Ver. Beto
Moesch, com o qual fiquei entusiasmado. Eu acho que a natureza independe de cor
partidária, e o que houve no Congresso certamente foi uma queda de braço
desnecessária e algumas barbeiragens por parte de algumas Bancadas.
Eu me lembro muito
bem de que, quando eu tinha uns 10 ou 12 anos, Ver. Beto Moesch, já estavam
terminando as saracuras, não se ouviam mais os animais silvestres, os
beija-flores; essa turma toda de bichinhos estava sumindo. Então começou a
surgir uma voz importante, a do Lutzenberger, e a consciência começou a
funcionar nesses Estados.
A minha família mora
em Ibiraiaras, lá longe. A minha mãe e o meu irmão são agricultores até hoje. Perto
da casa da minha mãe, com a conscientização, voltaram os animais silvestres que
haviam sumido. Então, eu tenho que aplaudir as pessoas que defendem o meio
ambiente, ardorosamente, com muito mais capacidade e conhecimento do que eu.
Muitas vezes, eu me penitencio por não estudar mais o meio ambiente, para poder
contribuir mais.
Muitas vezes, eu
reclamo que é uma exigência absurda - há algumas que até são -, mas, para os
grileiros, não tem que haver nenhum benefício, muito menos uma anistia;
grileiro é grileiro sempre. Além de grilar a terra, eles grilaram o meio
ambiente, grilaram o direito da população àquelas riquezas naturais que
pertencem a ela.
Agora, eu queria dar
um testemunho aqui - eu estou falando de palavras quase todas indígenas, como Ibiraiaras, Guabiju, mas é onde mora a minha turma, a minha família. No Município de
Guabiju, houve uma reforma agrária com lotes que terminam no Rio da Prata, um
rio mais ou menos, um rio em que há peixe. Nas matas lá perto, há tatu, veados
- os cervos -, há muitos desses bichinhos lá na região. Esse assentamento criou
um problema terrível, acho um dos piores: o de desmatar até o barranco do Rio
da Prata, um assentamento dos sem-terra. E aí quem eu vou culpar por isso? Os
agricultores sem terra, que mataram todos os bichinhos que enxergavam na frente
e vendiam para os seus vizinhos? Não vendem mais, porque não tem mais; naquela
região, eles pegaram tudo e desmataram até o barranco do Rio da Prata. Eles não
são grileiros, eles entraram numa Reforma Agrária. Aí a gente vai perguntar: a
culpa é de quem? Eu até acho que, se foi dada terra e não se disse para eles
“Olha aí, não pode”. Agora, eu acho justo que aqueles que desmataram até o
rio... É tempo de recuperar, sim, Ver. Beto Moesch e Ver. Pedro Ruas. É tempo
de recuperar! Mata ciliar é uma coisa sagrada. Eu acho que é uma das coisas
mais sagradas, porque protege a água que nós bebemos e os nossos próprios
animais bebem, ou mais para cima, ou um pouco abaixo da onde nós habitamos.
Eu quero dizer, Pedro
Ruas, que podem me estranhar, porque eu tenho muitos amigos agricultores e
amigos pecuaristas, mas eu concordo que, com o meio ambiente, não dá para
brincar. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
016/11.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente,Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu venho
contrariar a iniciativa do eminente Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda
Melchionna! Evidentemente, ao contrariar a iniciativa, venho saudar o Congresso
Nacional, a Câmara Federal, o Relatório do Dep. Aldo Rebelo, que é uma figura
cuja tradição é incontestável, pela postura, pelas posições.
Esta é uma questão
extremamente complexa! Eu até diria que aqui se dá o conflito entre a cidade e
o campo, Ver. Reginaldo Pujol, e não dá para esmiuçar, o tempo não vai permitir
que se possa analisar a situação, mas também esse Relatório Aldo Rebelo, discutido
no País. O Aldo percorreu o Brasil, conversando não com os fazendeiros grandes,
vejam bem, com gente das pequenas propriedades, em que se inviabilizaria a
propriedade rural. A pequena propriedade, pelas disposições que pretendiam, se
inviabilizaria. Ele caminhou no limite, Ver. João Antonio Dib, possível, sob
pena de inviabilizar a produção primária daqueles que têm na terra o meio de
sobrevivência.
Eu quero dar um depoimento aqui: o homem da terra,
o produtor, é um preservador do meio ambiente, sim, é um preservador. Ele vive
ali, ele tem ali o sustento à vida, e isto vem de uma tradição, como regra,
família produzindo sobre a terra. Então as exigências que se pretendiam seriam
inviáveis. A questão da mata ciliar nos arroios, por exemplo. Se não aprovado o
Relatório Aldo Rebelo, acabaria com a propriedade do cidadão, donde ele tira os
frutos para a sua sobrevivência e para mandar para os mercados. A alimentação,
Srª Presidente, que chega nos mercados é produzida por nós, homens do campo, o
produtor, o pequeno produtor; é produzida na propriedade familiar.
Então, eu respeito o entendimento contrário. Sou
alguém que tem alguma tradição. Em diferentes oportunidades estivemos na
defesa, sempre, da ecologia, do meio ambiente, do equilíbrio.
Agora, ou se aprovava esse Relatório, ou então se
inviabilizaria no Brasil a propriedade rural, a produção rural. Veja o número
de votos que recebeu o Parecer do Deputado Aldo Rebelo. Há questões aí que eu
diria que é um documento possível. O Código Florestal não é um documento ideal,
mas é um documento possível nas circunstâncias atuais para preservar a
sobrevivência do produtor rural, do pequeno produtor rural que manda para a
cidade o suor e o esforço do seu trabalho. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 016/11.
O SR. ADELI
SELL: Srª Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, vejam só, a pergunta
que todos nós temos que fazer, senhoras e senhores, Vereadores e Vereadoras,
povo de Porto Alegre, é a seguinte: o que fizemos nós, os 36 Vereadores, no
processo de discussão dessa votação? Com quantos Deputados nós dialogamos? Com
quantos Senadores vamos dialogar? Porque agora vai para o Senado. Qual a
mobilização que foi feita por nós, para que pudéssemos melhorar esse Código
Florestal? Na verdade, o que fez o colega Pedro Ruas foi armar uma arapuca, mas
não para pegar periquitinho lá do Interior; ele armou uma arapuca para a
senhora, para o senhor, porque, para mim, o Ver. Pedro Ruas não vai armar
arapuca, porque agora está votado! Repúdio ao Relatório? Primeiro, não tem mais
Relatório, é um Projeto de Lei aprovado. Está errado, inclusive! Vossa
Excelência é advogado e sabe muito bem disso e fez isso propositadamente!
Propositadamente! Nós defendemos o ambiente, nós denunciamos, sim, o que está
acontecendo em Porto Alegre, no topo dos morros. Eu quero dizer ao Ver. Beto
Moesch que escândalo é a Vila Ecológica tomada, a cada dia, por novos
moradores, inclusive no período em que V. Exª estava na Secretaria - inclusive!
Então, não vamos fazer demagogia aqui! Devagar ...
(Aparte antirregimental do Ver. Beto Moesch.)
O SR. ADELI
SELL: Não, eu não estou defendo o Código Florestal! Vossa Excelência não
ponha essas besteiras na minha boca! Todos têm
algum tipo de militância, o Todeschini, inclusive, na questão das águas, para
citar um deles. Então não é assim que se debatem essas questões. O povo não
ganha nada com pirotecnia; o povo não ganha nada, absolutamente nada,
discutindo quando as coisas já estão feitas!
Nós mobilizamos, e
vamos continuar mobilizando, para que a Presidente Dilma vete a anistia aos
grileiros e àqueles que detonaram o ambiente. Nós estamos com a Presidente
Dilma, meu Líder Mauro Pinheiro, quando ela manda para o Pará, ontem mesmo, a
Polícia Federal para verificar quem matou e por que matou aquele casal de
ambientalistas. Esses, sim, são ambientalistas que não faziam discursos, mas
estavam lá para defender a sustentabilidade da mata amazônica. Isso, sim, que é
fazer movimento ecológico! Ah, eu me lembro, e gostaria de ver aqui o Gert
Schinke, o Giovani Gregol, com quem falei ontem, que eram Vereadores que não só
batiam no peito em defesa do ambiente, mas iam para a luta ambiental.
Nós vamos, sim,
defender junto à Presidente Dilma que ela vete a parte nefasta e perigosa desse
Código Ambiental. Se quiserem ir a Brasília com faixas na frente do Palácio do
Planalto, eu vou junto, Pedro Ruas, mas esse negócio de votar repúdio para
isso, para aquilo, etc. e tal, tinham que ter feito antes! Nós já discutimos
essa questão na Mesa. O Vereador queria discutir, no dia que o relatório estava
sendo elaborado, uma moção de repúdio; a Mesa não aceitou. O Vereador se
incomodou, bateu porta, e isso não é correto, não é correto!
Ver. Cecchim, nós
temos uma história semelhante - filhinho de coloninho lá no Interior. Agora,
foram exatamente os pequenos agricultores...
(Som cortado por
limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 016/11.
O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o Ver. Adeli Sell
usou palavras inadequadas, que eu repudio totalmente, não aceito, e faltou com
a verdade, faltou com a verdade de forma lamentável! Vejam só, o Vereador falou
em arapuca, Ver. Haroldo de Souza. Arapuca está armando aqui o Ver. Adeli Sell
em relação a este Vereador e à Verª Fernanda Melchionna. Por quê? Porque ele
diz que agora é tarde para votar, Ver. João Dib - que estava lá -, mas foi o
Ver. Adeli Sell que não deixou votar antes! Foi ele que não deixou votar antes.
Vejam bem, Ver. Comassetto, Ver. Mauro Pinheiro, foi o Ver. Adeli Sell quem não
deixou votar antes!
Há 15 dias, Ver.
Idenir Cecchim, Ver. Beto Moesch, na reunião de Liderança com a Mesa, este
Vereador pediu, durante 60 minutos, para votar, dizendo que seria ruim votar
depois. O Ver. Adeli Sell, falando pelo PT - e, do meu ponto de vista, sem
maioria no PT; duvido que o PT vote como vota o Ver. Adeli Sell, duvido! -,
dizia: “Não podemos votar agora a Moção do Ruas e da Melchionna, não podemos
votar, porque agora não é o momento, agora o Relatório não está concluído”. Mas
como, Vereador?! Estava concluído. Ele não deixa votar, Ver. Braz, e vem aqui
dizer que agora é tarde. E quem é que está armando arapuca? Sou eu? É a Verª
Fernanda Melchionna? É o Ver. Adeli Sell! Foi ele quem falou pelo PT lá sem ter
maioria no PT, lá na reunião de Lideranças. Não tinha maioria, Ver. Toni
Proença! Vamos ver na votação de hoje - garanto que não tinha. E como ele
impediu a votação da Moção naquele dia? E vem falar em arapuca, vem falar em
demagogia, mas com que direito? Com que direito?
Em relação a este
Vereador, Ver. Adeli Sell, V. Exª tem que repensar as suas palavras, repensar
as suas palavras! Nunca lhe dei motivo para vir aqui falar em demagogia em relação
a mim, nunca, nem a V. Exª nem a ninguém! A minhas posições são bastante
conhecidas; aliás, não bati porta, coisa nenhuma, não é verdade isso! Repudio
isso! Não bati porta! Se a porta bateu, não fui eu quem a bateu! Nem me lembro
desse episódio. Vossa Excelência está colocando fatos aqui inexistentes. E
arapuca, quem está armando para esta Casa é V. Exª, que lá vem dizer que não
pode votar uma ação, uma Moção de Repúdio, porque o Relatório precisa ainda ser
analisado, e agora vem dizer que já é tarde para votar. Por favor! Ver. Beto
Moesch, nós não somos crianças! Eu aceitei a posição da maioria naquele dia.
Aceitei. O Ver. Proença estava lá, o Ver. Pujol estava lá. Eu aceitei a
posição. Eu queria votar a Moção de Repúdio; a maioria foi contra. Votaram a
meu favor o PPS, o PDT, e mais um Partido que eu não recordo agora e não quero
cometer injustiça. Votaram contra o Ver. João Dib, lembro bem agora; o Ver.
Pujol, mais um Vereador e o PT, pelo Ver. Adeli Sell! Eu cobrei depois de
Vereadores do PT, e não vou dizer nome nenhum. E a posição era dele, como é
dele essa de arapuca aqui, como é do Ver. Adeli Sell fazer o discurso e não
comparecer aqui, Verª Fernanda Melchionna, porque houve Audiência Pública aqui
na Câmara Municipal, recebemos a Ministra do Meio Ambiente, entregamos
documento. Estava aqui o Ver. Adeli Sell? Não. E quem segurou, Ver. Beto
Moesch, até agora, o contraponto lá com o Deputado Aldo Rebelo? O PSOL. O PSOL,
com o Deputado Ivan Valente! Nós trouxemos o Deputado Ivan Valente aqui para apresentar
a contestação ao Relatório. Nós não estamos brincando, não, Vereador! Nós temos
dois Senadores e estamos lutando contra o Código Florestal. Fizemos Audiência
Pública aqui, com a ausência de Vossa Excelência, entregamos documento à
Ministra do Meio Ambiente. Então, não venha nos dar lição aqui, não! Não venha,
nós não vamos aceitar! O Vereador faltou com a verdade e arma agora uma
arapuca, sim! Antes era cedo demais, agora é tarde demais. O que ele não tem é
como impedir essa votação, não está ao seu alcance. Ele quer votar contra, sim,
mas usava argumentos para desqualificar a forma da Moção. Enfrente o conteúdo,
defenda o Relatório, que é a sua posição!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 016/11.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, me pedem calma, e eu, evidentemente, terei toda a calma do mundo,
porque quero, antes de mais nada, dizer que todas as posições aqui colocadas
são respeitáveis, representam pontos de vista divergentes,
mas são respeitáveis. Eu quero, com toda a tranquilidade, abordar esse assunto.
Essa Moção chegou na
Casa em 30 de março de 2011. O Ver. Pedro Ruas tem razão nesse particular.
Ficou andando por aí até que, há 15 dias, foi priorizada para ser votada, e
contra o voto de alguns Vereadores, entre os quais eu me incluo, especialmente
com a alegação do Ver. João Dib, que sustentava que não poderíamos votar contra
um relatório que não conhecíamos. Hoje, Ver. Toni Proença - Vossa Excelência,
que acompanhou o Ver. Pedro Ruas na ocasião -, não existe mais o relatório que
se quer contra ele protestar. Pode ter uma decisão da Câmara. O relatório pede
um protesto contra o relatório! O relatório não existe mais. Nós todos sabemos,
estamos em uma Casa Legislativa, que o relatório desaparece no momento em que
ocorre a votação, o que tem é uma decisão: a Câmara dos Deputados, por grande
maioria, aprovou o relatório e algumas emendas que não estavam no relatório.
E o que me parece é
que as maiores discordâncias se dão, Ver. Elói, com relação às emendas; emendas
como a Emenda nº 164, aprovada com 273 votos contra 182, que tinha como
firmatários os Deputados Paulo Piau, do PMDB de Minas Gerais; Homero Pereira,
do PR do Mato Grosso; Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina; Darcísio
Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul.
Ora, eu disse, em
outras oportunidades, que eu duvidava que fosse votado esse Projeto do Código
Florestal, porque, no Congresso, só se vota o que o Governo quer, e agora foi
votado porque o Governo não soube querer, não tomou as atitudes que tinha que
tomar e aí já era tardio para as que quis tomar. Eu disse ao meu amigo,
o Ver. Beto Moesch, por quem eu tenho um carinho muito especial, que é um
idealista, um homem de posição, que eu achava que era prematura qualquer
posição de luto, como eles estavam dizendo que estavam - enlutados - em função
da decisão do dia de ontem. Eu vejo na decisão, à distância, algumas decisões
para as quais eu até bato palmas, até acho corretas. A de transferir para os
Estados a regulação de vários aspectos da discussão, para mim, é corretíssima,
até fortalece esse ente federativo que está em vias de ser extinto, que é o
Estado. E isso será, evidentemente, regulado por uma lei correspondente.
Por isso, eu quero dizer, meu querido Ver. Pedro
Simon... Pedro Ruas, confundi o senhor com um Senador da República, que é muito
antigo, e V. Exª é um jovem Parlamentar desta Casa. Por isso eu quero dizer a
V. Exª que, evidentemente, não vou repudiar uma coisa que não existe mais, nem
tampouco vou repudiar a decisão do Congresso Nacional, porque eu não sei
claramente o que foi lá decidido. Eu pedi, inclusive, para o Ver. Beto Moesch,
que tem posição clara neste particular, que me trouxesse o conjunto do que foi
aprovado, aprovação que não é definitiva, que tem...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 016/11, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Meus prezados colegas Vereadores e Vereadoras,
vejam só a importância do debate deste tema, que não se findou ainda em âmbito
nacional. Portanto, Verª Fernanda, minha querida colega, não tenha preocupações
aqui. Primeiro, eu quero retirar do debate este instrumento usado pelos
Vereadores Pedro Ruas e Adeli Sell - “arapuca”. Arapuca é um instrumento usado
para caçar passarinhos; portanto, antiecológico, e nós estamos aqui fazendo um
debate sob o ponto de vista de um belo Projeto, e todos nós lutamos por isso. É
extemporâneo? Bom, pode ser, porque já foi votado, mas tem um outro momento
agora, que é o Congresso Nacional. Portanto, Ver. Pedro Ruas, após a votação -
e falo para os 36 colegas Vereadores - desta Moção, Ver. Elói, creio que
podemos transformar isso, sim, num conjunto de pontos de vista, concordados ou
não, e encaminhar ao Senado Federal, até porque, sejamos muito claros: a
Presidenta Dilma já disse que vai vetar esse Projeto da forma como foi
aprovado, os pontos discordantes do Governo Federal. Eu quero levantar alguns
pontos, dos quais nós, a nossa Bancada, a do PT... Aqui em Porto Alegre,
estamos juntos - PT, PSOL, PSB -, mas, no cenário federal, não estamos juntos,
e este é um tema federal. Lá o PSOL faz oposição ao Governo Dilma. Portanto, é
compreensível que aqui as nossas Bancadas tenham divergências sobre um tema
federal. E venho aqui, em nome da oposição, representando os nossos três Partidos,
dizer que, no cenário municipal, nós podemos construir uma proposta desta Casa
e encaminhá-la ao Senado. Quando saímos do almoço no Jornal do Comércio, Ver.
Cecchim, eu participei, na Sociedade de Agronomia, de um debate, justamente nos
preparando para esse segundo momento, Ver. Todeschini.
Olhem, a proposta que foi aprovada de perdoar
aqueles grileiros que desmataram ilegalmente e destruíram a biodiversidade, que
é um patrimônio nacional, não dá! Não podemos aceitar isso em nome do
desenvolvimento! Nós queremos desenvolvimento? É possível, mas aceitar que se
perdoe àqueles que cometeram crime em nome de um novo projeto não dá! Não dá
para nós aceitarmos o que foi aprovado.
APPs: foram remetidas aos Estados, para que cada um
faça a legislação sobre as Áreas de Proteção Permanente, ou seja, as encostas
de morro, os topos de morros, as florestas, as margens dos arroios, das lagoas.
Primeiro, há um equívoco. Nós temos oito biomas diferentes no País, nós temos
culturas diferentes; o bioma pampa é totalmente diferente do bioma amazônico, e
esse debate não foi feito, nós deveríamos fazer. Portanto, uma discordância ou
uma divergência é salutar. O que não dá, Ver. Beto Moesch, é ali, embaixo, na
tribuna, ir ali xingar os meus colegas Vereadores. E o senhor sabe que eu digo
as coisas aqui desta tribuna: o senhor fez uma péssima gestão quando esteve na
Secretaria Municipal de Saúde e do Meio Ambiente. Eu venho aqui na tribuna, eu
quero fazer um debate público. Na questão do Plano Diretor, nós cobramos do
senhor onde estavam as Áreas de Preservação do Ambiente Natural gravadas no
mapa de Porto Alegre. O senhor não fez isso, não fez! E isso tem que ser
cobrado do senhor, essa foi a sua herança negativa na gestão ambiental, como
gestor público. Portanto, o senhor não pode ir à nossa Bancada fazer um
xingamento individual, porque as câmaras não mostram, mas eu venho a esta
tribuna fazer esse debate. Em nome da oposição, sim, nós temos que transformar
essa proposição, neste momento, em algo positivo e encaminhar ao Senado, porque
a Presidente Dilma já disse que esse Projeto que foi aprovado, ela vai vetar.
Esta é a opinião que tenho aqui da oposição e do PT, do PSOL e do PSB. O debate
é um debate nacional que suscitou divergências? É possível. E aqui se expressam
essas divergências. Agora, não é nula, não é nula...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
encaminhar, a votação do Requerimento nº 016/11, pela situação.
O SR. BETO
MOESCH: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu entendo, Ver. Pujol, o entendi perfeitamente, nós estávamos conversando,
antes, sobre a Moção, até porque V. Exª é uma pessoa civilizada, com V. Exª eu
converso. Outras pessoas, eu sequer procuro cumprimentar. Aliás, Ver.
Comassetto e Ver. Adeli Sell, eu sempre evito cumprimentar Vossas Excelências.
Não insistam em querer me cumprimentar! Porque V. Exas pessoalizam o
debate e empobrecem esta Casa. Portanto, por favor, eu evito cumprimentá-los,
não insistam em querer me cumprimentar, por favor.
Larguem-me de mão! Eu já larguei vocês há muito tempo. Agora, Ver. Pujol, o que
eu entendo é que o que se está discutindo aqui, acima de qualquer coisa - e aí,
sim, entendo as posições diferentes -, é o mérito do Código. Se é o relatório,
se... É isso que está em questão. O que vai chegar lá em Brasília é o recado da
Câmara de Vereadores com relação ao que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre
- pioneira, Parlamento pioneiro na legislação ambiental neste País - pensa
sobre o Código Florestal e de que forma isso vai ou não afetar a cidade de
Porto Alegre. É isso que está em questão. É o mérito. Aí, sim, eu vou entender
quem é favor ou contra a alteração do Código Florestal, com relação ao mérito.
Entendo perfeitamente a colocação de Vossa Excelência. E eu entendo
perfeitamente - e assim eu tentei colocar a minha manifestação - o que está por
trás do Código Florestal não com relação a interesses, etc. e tal, mas em que
isso vai afetar ou não a cidade de Porto Alegre, o litoral brasileiro, porque
compromete a restinga; as áreas de mineração; e não só a zona rural, não é só o
pequeno agricultor. Eu sou descendente de imigrantes italianos e alemães,
colonos; eles não tiveram outra opção, eles desmataram tudo; portanto, sim,
hoje o Interior está desmatado, e nós temos que recuperar essas áreas. Alguns
estão fazendo, Ver. Haroldo de Souza, um trabalho interessantíssimo nos
Municípios, nos quais o terceiro setor e empresas estão recompondo a mata
ciliar. Agora, lamentavelmente, nós degradamos a mata ciliar, sim. O Estado do
Rio Grande do Sul foi o Estado que mais desmatou a Mata Atlântica em todo o
País. Restou apenas 2% da mata virgem. Nós temos 18% a 20% em virtude da
regeneração por causa do Código Florestal, que estão querendo mudar.
Agora, Ver. Toni
Proença, vamos debater aqui os assuntos da Cidade e não pessoalizar ou até
mesmo partidarizar, porque nós não vamos chegar a lugar nenhum. Para que
pessoalizar, Ver. Dr. Thiago? Será que não há argumentos, números, dados para
usar, e precisam pessoalizar? Mas que discurso pobre é esse em que pessoalizam
as pessoas?! Covardemente! Uma coisa é fazer o debate tête-à-tête. Eu nunca pessoalizei e não pessoalizo aqui, nesta
tribuna, porque isso é covardia, é pobre, é falta de decoro parlamentar. No debate, ainda
tudo bem, porque há a garantia de contrapor. Assim como é falta de decoro
parlamentar o Ver. Comassetto dizer aqui das... (Expressão retirada do texto
por determinação da Presidente.) que alguns fazem. Imaginem, olhem o nível de
Parlamentar que nós temos aqui na Casa, que chega a dizer esta expressão:
...(Expressão retirada do texto por determinação da Presidente.). Vejam,
telespectadores, o nível desta Casa, de alguns Vereadores, Ver. Cecchim!
E, Ver. Mauro Pinheiro, eu dizia a V. Exª que,
lamentavelmente, V. Exª tinha, não só no seu Partido, alguns Vereadores que,
não tendo argumento, pessoalizam. Não têm o dom do argumento, porque nem sequer
estudam, eu acho. Contestam argumentos sem estudar e aí caem no ridículo. É
lamentável! A cidade de Porto Alegre, realmente, não merece isso, assim como
não merece a alteração do Código Florestal que foi aprovada ontem. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario
Fraga, o Requerimento nº 016/11 (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) 10 votos SIM, 02 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Há 16 Vereadores no Plenário,
não há quórum. Esta votação será repetida na próxima Ordem do Dia.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 17h50min): Está encerrada a Ordem do Dia.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): O tema que falo aqui é referente à nossa votação. Como declaração de
voto que fiz do Plenário, que a Mesa acolha essa Moção e transforme, agora, num
novo encaminhamento propositivo para encaminharmos ao Senado, bem como ao
Presidente da República. E o segundo ponto é que quero encaminhar aqui um
Requerimento endereçado ao Ver. Beto Moesch, para que retire as palavras
indecorosas que ele falou na tribuna, que atribuiu a mim, mas isso foi obra e
arte do meu querido colega Beto Moesch. Muito obrigado.
O SR. BETO MOESCH: Verª Sofia, embora
não tenha sido eu quem falou a expressão, foi o Ver. Engenheiro Comassetto -
não falou na tribuna, falou aqui -, apenas dei eco ao que foi dito, mas é
importante a retirada, sim, dessa expressão.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, eu quero respeitar o encaminhamento do Ver. Comassetto, no sentido
de que encaminhe à Mesa uma proposição, inclusive como fruto da audiência
coletiva - nós levamos uma proposição para a Ministra Izabella Teixeira, que
recebeu na Assembleia Legislativa -, mas nós mantemos a nossa Moção de Repúdio,
do PSOL, para ser votada na segunda-feira.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Como hoje é o
Dia do Desafio, proposto pelo Sistema Fecomércio, Sesc/RS, o Profº Carlos
Barros e a Profª Dilze Bastione vêm nos propor uma atividade que lembra a todos
que a atividade física é fundamental.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h53min.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 18h07min): Estão reabertos os trabalhos.
Ver. João Antonio Dib, V. Exª tinha solicitado Liderança? Nós apenas
interrompemos a Sessão, podemos cumprir o período de discussão preliminar de
Pauta. (Pausa.)
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; meus senhores, minhas senhoras, meus
cumprimentos. No Dia do Desafio, os Vereadores demonstraram, alguns pelo menos,
que estão em excelente forma física.
Eu não posso deixar de registrar a minha tristeza,
como Líder do Governo, uma vez que deveria ter sido votado o Código de
Iluminação, que interessa tanto à Cidade, e nós não chegamos a votá-lo. Amanhã,
é claro, não será votado, mas, na segunda-feira, eu pediria a atenção da
Presidência e da Diretoria Legislativa, para ver se nós votamos, porque é de
interesse da Cidade. É o Código de Iluminação, para fazer uma iluminação mais
ampla na Cidade, para diminuir custos, para melhorar a claridade, para poder
aplicar o Projeto Reluz na sua plenitude. Apenas este registro que eu gostaria
de fazer, mas eu acho que o Dia do Desafio mostrou que alguns Vereadores
precisam melhorar a sua forma física, uns poucos estão muito bem! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Realmente, Ver. João Antonio Dib, a Sessão se
estendeu em função do Comparecimento, e nós não pudemos chegar até o Plano de
Iluminação Pública, mas é o primeiro compromisso de segunda-feira.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu vim aqui usar hoje o tempo de Liderança do PDT para fazer um relato do que
temos acompanhado no que se refere ao Projeto - que já está nesta Casa e que
vem há muito sendo gestado - sobre o plano de carreira, cargos e salários dos
médicos.
Nós tivemos uma dificuldade de negociação, por
algum tempo, mas, felizmente, essa negociação e essa discussão foram retomadas;
a discussão foi retomada na Comissão de Saúde, no dia 2 de fevereiro deste ano,
e está tendo desdobramentos, é importante que a gente possa fazer com que o
público de casa saiba disto. Tivemos uma reunião, sexta-feira última, convocada
pelo Secretário Municipal da Saúde, na Secretaria da Saúde, o Sindicato também
estava presente, em que foram colocados alguns avanços que são importantes para
a categoria e que há muito são solicitados pelos médicos do Município.
É interessante dizer que não se está aqui querendo
advogar em causa própria, por ser médico do Município ou por
ser médico, mas esse Plano de Carreira é fundamental para fazer com que esses
profissionais continuem trabalhando no Município; para fazer com que esses
profissionais especialistas não deixem o Município de Porto Alegre, como vem
acontecendo há muitos e muitos anos; para que nós possamos ter anestesistas
para fazer as cirurgias no HPS, no HPV; para que nós possamos ter reumatologistas
na rede; para que nós possamos ter esses especialistas na rede pública de
Saúde.
Então, no que se
avançou nesse processo? Avançou-se na questão da regularização do quadro, da
carga horária de 20 horas; o Município assinou com isso. O Município, na
posição do Secretário Municipal da Saúde, relatou a possibilidade de
incorporação do abono, votado e aprovado por esta Casa, ao salário dos médicos,
e, principalmente, a criação de uma gratificação por incentivo médico, que terá
o mesmo valor da GIT, a Gratificação de Incentivo Técnico, mas que, por estar
elaborando e gestando um plano de carreira, precisa ter uma outra nominação.
Isso certamente é o primeiro passo para que nós possamos, efetivamente, manter
esses médicos dentro do Município de Porto Alegre. Essa reunião ocorreu na
sexta-feira, e ontem eu e o Dr. Raul estivemos reunidos com o Prefeito, que,
efetivamente, ratificou esse processo. O Projeto, na verdade, vai ser um
Substitutivo do Projeto de Lei que já está nesta Casa, deve vir nos próximos 7 a
10 dias, e a gente espera, com muita tranquilidade e com muita força, que nós
possamos sensibilizar os colegas no sentido da aprovação disso, que é um ganho
não só para a categoria, mas para a Cidade de Porto Alegre, para a Saúde
pública do Município de Porto Alegre. A gente espera sensibilizar os colegas
nesse sentido e que possamos, depois, caminhar juntos com as outras categorias,
no sentido de poder auxiliar no processo de valorização das demais categorias.
Aproveito o tempo que nos resta para dizer que, nesta Casa, a partir das
18h45min, teremos uma reunião da Comissão de Saúde, que vai discutir a questão
do PSF, vai discutir a transição do Instituto de Cardiologia para o Instituto
de Saúde da Família, vai discutir como vai se dar essa transição, evitando a
situação de extremo temor que temos na grande maioria dos Postos de Saúde da
Família. O Ver. Oliboni e outros estarão presentes, e pretendemos, com isso,
construir uma Saúde melhor para a Cidade.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo
Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Nilo Santos nos dias 25 e 26 de maio,
solicitada pela Mesa Diretora em virtude da ausência do Líder.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0825/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/11, que desafeta próprio municipal e autoriza
a permuta de áreas particulares localizadas na Av. Francisco Silveira
Bitencourt nos 455, 485, 547 e 567, por próprio municipal localizado
na Av. Francisco Silveira Bitencourt, parte de um todo maior sob o nº 455, ao
lado do nº 485.
PROC.
Nº 0992/11 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/11, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo e outros, que
inclui § 1º e renomeia o parágrafo único para § 2º no art. 59 da Lei Orgânica
do Município de Porto Alegre – LOMPA –, impondo condição para a criação de
comissões parlamentares de inquérito.
PROC.
Nº 1708/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/11, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que
declara de utilidade pública o Instituto Sanmartin.
PROC.
Nº 1770/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 055/11, de autoria do
Ver. Tarciso Flecha Negra, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao doutor Hélio Volkmer Dourado.
PROC.
Nº 1786/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/11, de autoria do Ver. Mario Manfro, que concede Diploma Honra ao Mérito ao
senhor Tomaz Gilian Deluca Wonghon.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0694/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/11, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que obriga as creches, as escolas de educação infantil e similares, públicas, conveniadas ou privadas, a instalarem câmeras de vídeo ou similares em todas as dependências utilizadas por crianças com idade inferior a 6 (seis) anos completos.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente,
senhores e senhoras Vereadoras, o Ver. Bernardino Vendruscolo, com o apoio de
vários Vereadores, propôs à Casa e iniciou a tramitação de um Projeto de Lei de
Emenda à Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. O objetivo dessa proposição
do ilustre Vereador é regular o funcionamento das Comissões Parlamentares na
Casa. Isso abre espaço e margem para uma grande discussão, para um profundo
debate. É simples a proposta.
O Vereador estabelece o seguinte: no art. 59 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, fica incluído o § 1º e fica renomeado o parágrafo único para 2º, mantendo-se sua redação atual conforme segue (Lê.): “Art. 59. (...) § 1º - as comissões parlamentares de inquérito somente serão criadas quando não houver investigação policial ou do Ministério Público em andamento acerca do fato”. Esse é o Projeto de Emenda à Lei Orgânica de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. Em uma breve passagem de olhos no Parecer prévio, verificamos que o parecerista conclui o seu exame, dizendo o seguinte: “Enfim, na atuação dos demais órgãos de investigação, não impede nem pode ser impeditivo investigação parlamentar, o que não se confunde em juízo com juízo de conveniência que os Parlamentares possam fazer sobre a criação de uma CPI, respeitado direito de um terço vir a decidir por criá-la, mesmo que a maioria não pense da mesma forma, conforme garantia assegurada às minorias pela Constituição”.
Como se vê, com toda
a certeza, o assunto trará polêmica. Eu sei bem, por conviver com o Ver.
Bernardino Vendruscolo e porque, até bem pouco tempo, ele foi integrante da CPI
da Juventude, a qual eu integro como Relator, que essa posição nasceu de uma
discordância dele quanto aos rumos que as oitivas da CPI têm tomado. Há uma
reclamação no sentido de que está se retemperando, reaquecendo algumas
situações já bem avaliadas e verificadas pela Policia Federal, por exemplo, um
órgão que tem todas as condições de fazer essa avaliação. O instrumento da
investigação parlamentar não é tão somente com o objetivo de criar
responsabilidade criminal, objetiva, ou a responsabilidade cível por algum
abuso que eventualmente ela caracterize, é também e principalmente por
estabelecer a responsabilidade política a respeito do ato inquinado e do seu
praticante.
Então, Srª
Presidente, acho que esta matéria, com toda a certeza, ensejará muita
discussão, até porque hoje ainda vivemos uma experiência. A aprovação de uma
Emenda à Lei Orgânica precisa, se não tiver o consenso absoluto da Casa, pelo
menos ter um consenso amplamente majoritário para que possa alcançar os 24
votos favoráveis, como hoje, em primeiro turno, alcançou uma das propostas da
Mesa a respeito do auxílio-maternidade. Por isso, fiz este registro, não só
para cumprimento da Pauta regimental, que tem essa e outras matérias, mas para
iniciar o que eu acredito que será um profundo e fecundo debate sobre o
assunto. Era isso, Srª Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e
senhores, eu quero fazer uma discussão sobre dois Projetos que tramitam aqui.
Mas antes, Srª Presidente, me permita fazer duas considerações. A primeira ao
nosso querido Ver. João Antonio Dib, que afirmou que gostaria de ter visto
votado o Plano Diretor de Iluminação Pública. Eu quero registrar que a Bancada
do Partido dos Trabalhadores está aqui, ainda, em plenário. Portanto, não foi
por falta do PT que não se votou isso hoje, e sim por falta da base do Governo
aqui no plenário.
O segundo registro: o
Ver. Beto Moesch disse aqui, nesta tribuna, que não cumprimenta este Vereador,
nem o Ver. Adeli Sell. Quero registrar que este Vereador vai continuar
cumprimentando-o em todos os momentos de civilidade em que nós nos
encontrarmos. Uma vez, por desacato do colega Vereador a este Vereador, já o
levei aos tribunais por crime. E o Juiz propôs ao Ver. Beto Moesch que pedisse
desculpas, e eu aceitei as suas desculpas. Eu nunca trouxe esse tema a este
Plenário e à Câmara. Agora, sobre o Vereador usar esta tribuna para um
desrespeito conosco novamente, dizendo que não vai nos cumprimentar mais, a mim
e ao Ver. Adeli, eu quero registrar a todos que nos ouvem: eu continuarei
cumprimentando e respeitando o Ver. Beto Moesch naquilo em que ele merecer o
meu respeito. Tenho o direito de discordar das suas opiniões e posições
políticas e principalmente da sua gestão frente à SMAM, porque foi, na minha
avaliação, uma péssima gestão.
Dito isso, quero aqui
tratar do Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, que propõe uma mudança na
criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, e o Ver. Bernardino diz que as
Comissões Parlamentares de Inquérito somente serão criadas quando não houver
investigação policial ou do Ministério Público em andamento acerca do fato. Eu
creio que o Ver. Bernardino está equivocado em propor aqui essa alteração na
nossa Lei Orgânica, porque somos Poderes diferentes e com objetos diferentes. O
papel constitucional do Legislativo é fiscalizar os Executivos no que diz
respeito às gestões públicas e à conduta dos seus gestores. Bom, se há uma
investigação da Polícia Federal, ela tem o seu caráter, e normalmente é um
caráter sigiloso; normalmente a Polícia Federal não age por livre e espontânea
vontade; ela age por determinação judicial. Esse é um tema da Polícia Federal,
e o Ministério Público investiga tanto o Legislativo quanto o Executivo.
Portanto, é um Poder autônomo, e nós temos que tratar esse tema, Ver. Reginaldo
Pujol e demais Vereadores aqui presentes, na autonomia dos Poderes, e o Poder
Legislativo e as CPIs são instrumentos das minorias, e, quanto ao instrumento
das minorias, a legislação hoje aqui da Câmara diz que bastam 12 votos para
poder instalar uma CPI. Então, ela é um instrumento das minorias, é 1/3 de 36.
Portanto, Dr. Raul,
venho aqui trazer essa discussão do seu colega Bernardino e acredito que esse
Projeto - ele apresenta uma emenda à Lei Orgânica - é equivocado na sua
essência principalmente quando tratarmos da equivalência dos Poderes e do papel
dos Poderes: Executivo é Executivo; Legislativo é Legislativo. Os órgãos de
apoio como a Polícia Federal só investigam crimes que podem ter uma CPI, na sua
grande maioria, por decisão judicial e normalmente em sigilo, e os nossos
trabalhos não podem e não devem estar sob sigilo e devem se tornar público.
Portanto, tenham de início a minha discordância. Um grande abraço. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro o
falecimento do pai do Ver. Brasinha, o Sr. Antônio Nogueira da Rosa,
falecido no dia de hoje, será enterrado amanhã, no Cemitério Morada da Colina,
em Cachoeirinha, às 9h, e o velório a partir das 16h de hoje. O Ver. Brasinha
teve uma vida muito difícil, imagino que seu pai também deve ter tido, sendo
pai de muitos filhos.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Srª Presidente, Verª Sofia; Vereadores, Vereadoras;
Líder do nosso PMDB, Ver. Cecchim, vou tomar a liberdade de, em nome das
Bancadas do PMDB, do Democratas, do PT, da totalidade dos Vereadores, dar as
nossas condolências ao Ver. Brasinha. O Ver. Brasinha é um belo colega e temos
de, neste momento, nos solidarizarmos numa homenagem póstuma.
Hoje, aproveitando o período de Pauta em que,
muitas vezes, nós não conseguimos falar, quero, primeiro, parabenizar o Ver.
Tarciso Flecha Negra, que está concedendo o Título de Cidadão de Porto Alegre
ao Dr. Hélio Volkmer Dourado, Presidente do Grêmio, uma das maiores figuras
ilustres, mas eu vou falar um pouco de um outro Hélio, Pujol, de um Hélio
dirigente esportivo, com quem eu tive a oportunidade de conviver durante quatro
anos, quando ele foi Subsecretário de Desportos do Estado do Rio Grande do Sul
em 1983, e, na época, eu era Diretor do então Centro Estadual de Treinamento
Esportivo. E o Hélio Dourado tinha aquela mania contundente dele, mas, ao mesmo
tempo, uma pessoa boníssima, dócil, mas com mão de ferro; quando ele decide,
ele não tem dúvida, ele decide e pronto. Eu aprendi, ao longo dos anos, a ter
uma amizade que, hoje, já vai fazer quase 30 anos que nós, volta e meia,
conversamos, nos vemos e nos congratulamos.
Então, quero saudar aqui o Ver. Tarciso Flecha
Negra por conceder este Título justíssimo a um homem que trabalhou toda a sua
vida como médico, mas ´que teve uma atuação paralela em prol do desporto,
principalmente na construção do Estádio Olímpico.
O Sr. Dr. Raul
Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Profº Garcia, eu
não poderia deixar de vir aqui manifestar, pessoalmente, o meu apreço e as
minhas condolências ao Ver. Brasinha, e também dizer da propriedade desta
homenagem que o Ver. Tarciso faz ao Dr. Hélio Dourado. Eu, como médico, conheci
o Dr. Dourado, e, como gremista, acompanhei muito a sua atuação no Grêmio, fico
muito feliz que seja aprovada por unanimidade essa proposta do Ver. Tarciso
Flecha Negra. Obrigado.
O Sr. Reginaldo
Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero me somar à
manifestação de V. Exª, sei que é autoria do Ver. Tarciso, mas não desconheço o
carinho que V. Exª tem para com o Dr. Hélio Dourado e do carinho que ele
dispensa a Vossa Excelência. São duas almas gêmeas. Sei que o seu
pronunciamento no dia da entrega do Título será brilhantíssimo.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: E vou fazer questão disso, porque, na realidade, eu
e o Dr. Hélio somos amigos, daqueles amigos que a gente ganha ao longo da vida.
E volto a dizer, é uma amizade de quase 30 anos.
Quero também falar de um outro Projeto, de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni, que obriga as creches, as escolas de educação infantil
e similares, públicas, conveniadas ou privadas, a instalar câmeras de vídeo.
Acho que a ideia é boa, mas não factível. Tenho certeza de que, se todas as
escolas tivessem condições financeiras, teriam câmeras de vídeo, mas sabemos
que grande parte das nossas creches, principalmente as creches comunitárias, o
que elas arrecadam não conseguem nem manter a sua sobrevivência.
Eu conheço o Ver. Aldacir Oliboni, sei que é uma
pessoa de bom-senso, e, talvez, até retire a questão das creches conveniadas,
privadas. Apresento, então, essa sugestão, Vereador. Volto a dizer, no mérito,
não tenho nenhum óbice, mas a minha preocupação é com relação à execução
concreta, porque todas têm vontade de colocar as câmeras, mas existem essas
dificuldades financeiras. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Só para comunicar oficialmente que a reunião da CPI
da Juventude, de amanhã, será às 10h, e não às 9h.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem. Como ficou baixo o som, repito: amanhã
a CPI da Juventude iniciará às 10h da manhã. Muito obrigada pela presença de
todos e de todas. Hoje, de fato, vencemos muitos desafios, além do desafio da
coordenação motora talvez. A nossa Casa mais uma vez cumpriu as suas tarefas
nesta tarde.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h33min.)
* * * * *